UMA NOVA epidemia de dengue que se espalha pelo país. Em seu mais recente balanço (até 26/3), o Ministério da Saúde havia registrado 134.909 casos notificados. O boletim anterior (de 12/3), trazia 85.018 casos. Num período de apenas duas semanas as notificações tiveram um salto de 58,7%.
Na comparação com o ano passado, o primeiro bimestre de 2007 apresentou aumento de 25,64% em relação a 2006. A situação é particularmente grave em Mato Grosso do Sul -46 mil casos só em Campo Grande- seguido por São Paulo, com 12,2 mil ocorrências.
A análise desses dados requer cautela. O registro oficial da doença é precário devido ao fenômeno da subnotificação. Além disso, um rápido aumento no número de casos pode dizer mais sobre o trâmite da burocracia do que sobre o avanço da moléstia.
Para a maioria das pessoas, apanhar dengue não significa muito mais do que uma semana de forte incômodo. Existem, entretanto, situações em que ela se manifesta em sua forma hemorrágica (DH), que pode ser fatal.
Os mecanismos que levam um indivíduo a desenvolver DH ainda não são bem conhecidos. Em princípio, qualquer um dos quatro sorotipos do vírus causador da doença pode desencadear a forma hemorrágica. Acredita-se, entretanto, que ser reinfectado por um sorotipo diferente do da primeira manifestação favoreça o aparecimento da DH. No Brasil, já circulam os tipos 1, 2 e 3.
É com preocupação crescente, portanto, que se vê a constante recorrência de epidemias de dengue. A cada ano cresce o estoque de pacientes com mais propensão a desenvolver DH.
Ao menos até que uma vacina eficiente esteja disponível, a única forma de evitar a dengue é combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus -e o menos que se pode dizer é que esse combate tem sido errático.
Entrevista:O Estado inteligente
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