Não foi feito o necessário plano da nova administração estadual do Rio para combater a criminalidade
ANTES DE DISCUTIR a necessidade de tropas militares em grandes vias do Rio, como pede o governador Sérgio Cabral e admite o presidente da República, e, mais ainda, antes de discutir a ilegalidade de tal presença segundo o argumento do comandante do Exército, conviria a todos nós o reconhecimento de duas obviedades decisivas.
Uma delas está escrita, fotografada, filmada, presente em depoimentos de queixosos e de acusados desde que resultou desastrosa a experiência do Exército em pretenso combate à criminalidade no Rio. Desastre tanto como ação quanto pelo desgaste à imagem do Exército, cujo despreparado total ficou em evidência chocante. Logo, nova participação do gênero só teria sentido se a tropa agora estivesse preparada. E, então, a outra obviedade: o Exército não tem tropa habilitada para a repressão nos territórios das quadrilhas que enfrentam as polícias. Enfrentam-nas, no mínimo, sem desvantagem, ou o governador fluminense não estaria pedindo o auxílio do Exército.
O pedido pareceu ditado por momento de desespero, mas sua origem vem lá de trás, e já motivara referências anteriores de Cabral à participação de tropas. É que não foi feito, em tempo algum, o necessário plano da nova administração estadual para combater a criminalidade. Vê-se que não há uma idéia, uma concepção tática, uma elaboração orgânica, só há tiros de um lado para o outro. Com as pessoas comuns surpreendidas em meio aos tiroteios aleatórios ou, mais adiante, pela arma do menino ou do jovem que quer o seu relógio ou o carro, quando não a vida.
O que faria o Exército na falta geral de sentido e de objetivo dos serviços de repressão ao crime? O que teria a fazer senão aumentar o desacerto? As coisas têm que voltar atrás, para recomeçar com inovações e com a direção certa. A partir das polícias mesmo, e do governo estadual.
Por certo, há maneiras de Exército e Marinha contribuírem muito para a segurança pública. Mas nenhuma foi ainda modelada pelas autoridades, com e sem aspas, em segurança pública, criminalidade e por aí. E menos ainda pelos militares.
Esfola
Por falar em Rio, durante mais de 30 anos os esgotos da Barra da Tijuca poluíram, com o despejo do seu veneno, as belas lagoas da região e adjacências. Desde o início da ocupação da Barra e do Recreio no início da década de 1970, pretendeu-se que fosse construído o emissário submarino para levar os dejetos, já com algum tratamento, até as correntes marinhas que os diluíssem. As campanhas e batalhas sucederam-se. A atividade administrativa que interessou foi, porém, a de estimular a especulação imobiliária, com permissões de adulteração do Plano Lucio Costa sempre bem compensadas (inclusive com imóveis resultantes da própria adulteração permitida).
Mais de um terço de século. Foi inaugurada anteontem a operação do emissário: os governos sucessivos de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus o construíram. Nenhum dos dois recebeu nem sequer um convite para ver, simplesmente ver, a inauguração.
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, abril 13, 2007
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