O Estado de S. Paulo |
21/9/2006 |
Em pouco mais de dois meses, os preços do petróleo caíram 22%. O West Texas Intermediate, a qualidade de referência negociada em Nova York, atingiu o preço máximo no dia 14 de julho (início do conflito do Líbano), quando atingiu US$ 78,40 por barril de 159 litros. Ontem fechou valendo US$ 60,46. (Confira o gráfico.) Assim como não tinham explicações satisfatórias para a forte alta anterior, os analistas também não as têm para esse recuo. Sempre há quem preveja esses movimentos, mas nunca se tem certeza sobre a realização dessas previsões. Mais fácil é apontar as razões depois que as coisas aconteceram. Junte seis dessas explicações para a atual queda de preços: (1) Foi uma reação técnica à alta excessiva, de 18,9% até 14 de julho apenas neste ano, especialmente quando se verifica que o consumo físico está crescendo entre 2,5% e 4,0%. (2) A economia mundial está em desaceleração e isso reduz o apetite por energia. (3) Uma vez garantido o cessar-fogo no Líbano, não há em andamento grandes conflitos no Oriente Médio que possam colocar em risco o suprimento internacional de petróleo. (4) Com o fim do verão no Hemisfério Norte, acabou a corrida por mais gasolina destinada a acionar os veículos na temporada de férias. (5) Nos últimos meses, as principais potências econômicas refizeram seus estoques de petróleo e de combustíveis, o que significa redução da demanda extra. (6) Fatores naturais adversos ocorridos em 2005, como os furacões Katrina e Rita, que destruíram plataformas, redes de dutos, reservatórios e refinarias no Golfo do México, não se repetiram neste ano. Não dá para afirmar que os preços estejam se acomodando em patamares mais realistas porque alguns dos fatores altistas que predominaram até julho ou não foram removidos ou têm como se repetir. A qualquer momento, os conflitos no Oriente Médio podem voltar a se acirrar e bastaria uma suspensão nos fornecimentos do Irã (3,8 milhões de barris diários) para ultrapassar a capacidade de aumento da oferta do resto da Opep (2 milhões de barris diários). A ocorrência de um novo atentado de grandes proporções pode ameaçar temporariamente o suprimento. A perspectiva de redução dos juros na economia americana (tal como deixada em aberto pela reunião de hoje do Comitê do Mercado Aberto do Federal Reserve, Fomc) pode reativar o consumo ou, pelo menos, contribuir para não baixá-lo. Além disso, é preciso ter em mente que dentro de mais algumas semanas começa a ser reforçado o suprimento de óleo para calefação destinado a enfrentar o inverno no Hemisfério Norte. Enfim, há razões para acreditar em que esse mercado continuará fortemente instável. Na ata do Copom divulgada dia 8, o Banco Central alinhou-se na contramão dos fatos. Nos oito primeiros meses do ano, aqueles em que ocorreu a alta do petróleo, descartou novos reajustes internos dos combustíveis. Mas passou a admiti-los a partir de setembro, justamente quando os preços internacionais começaram a recuar. Para avaliar a paridade entre preços internos e externos, é preciso levar em conta dois fatores: a maior octanagem da gasolina usada nos países ricos e o teor de álcool anidro no produto vendido no Brasil. Os cálculos da RC Consultores são de que hoje os preços internos da gasolina estão 12% acima dos internacionais. A Tendências Consultoria calculava ontem uma diferença menor, de 5%. De qualquer maneira, essa relação de preços parece dispensar novos reajustes internos ou, ao menos, reduzir sua importância. Os dois principais impactos desse fator na economia brasileira são a expectativa de uma inflação ainda mais baixa do que a prevista para os próximos meses e a perspectiva de que o afrouxamento monetário (baixa dos juros) possa perdurar por mais tempo. FALHA NOSSA A tabela ontem publicada neste espaço continha um erro de grafia. O período de crescimento acumulado pelos PIBs lá considerados não é 1994 a 2004, mas 1990 a 2004. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, setembro 21, 2006
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