Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, julho 03, 2006

Fernando Rodrigues - A agonia das siglas médias

Folha de S. Paulo
3/7/2006
Há uma regra dura e imutável em política quando se trata de construir
uma agremiação partidária: só consegue ganhar quem tem estrutura para
perder várias vezes. Em resumo, para ter sucesso é necessário amargar
algumas derrotas. Foi assim com o MDB durante da ditadura militar.
Esse também tem sido o caminho adotado pelo PT nos últimos 20 anos -
Lula só conquistou o Planalto na quarta tentativa. Como essa lei
continua em vigor, há sinais de que alguns partidos jogaram a toalha.
No caso, as três legendas mais castigadas pelo advento do mensalão:
PP, PTB e PL.
Em 2002, essas siglas lançaram 15 candidatos aos governos estaduais.
Neste ano, são apenas cinco. Se em 2002 a trinca mensaleira não
elegeu nenhum governador -apesar dos 15 concorrentes-, agora o
cenário fica ainda pior.
O PL nunca elegeu um governador. Neste ano só terá um candidato
próprio, no Ceará, sem chances. É uma anomalia. Há anos escalpela o
Estado à cata de cargos (arrancou de Lula o Ministério dos
Transportes), mas abdica de tentar eleger seus próprios governadores.
No caso do PTB, já vai longe o único sucesso estadual (em 1994).
Desta vez, tenta a sorte só num Estado, Alagoas, com um político para
lá de tradicional, João Lyra.
O PP (ex-Arena) foi uma potência média no passado recente, mas em
2002 ficou zerado. Agora, tem três candidatos a governos estaduais:
Esperidião Amin (SC), Francisco Turra (RS) e Cidinho Rodrigues (GO).
Nenhum deles entra no páreo como favorito.
O Brasil tem 29 partidos, mas só quatro estão de fato na disputa pela
hegemonia nos Estados: o PT, com 18 nomes aos governos locais,
seguido por PSDB (17 candidatos), PMDB (16) e PFL (7). Todas as
outras legendas só fazem figuração.

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