FSP
Algumas dúvidas cercam o padrão brasileiro de TV digital. Em 2003, o então ministro das Comunicações, Miro Teixeira, liberou R$ 80 milhões para que fosse constituída uma rede de pesquisadores, coordenada pelo CPQD (o antigo centro de pesquisa da Telebrás), visando desenvolver um padrão brasileiro de TV digital.
Hoje em dia, há três padrões consolidados no mundo: o europeu, o americano e o japonês. Em um dos pontos centrais, o da modulação, a tendência mundial é caminhar para o sistema OSDM, desenvolvido nos anos 60, mas que recuperou importância com o advento da mobilidade, dos padrões Wi-Fi e outros. Os europeus adaptaram esse padrão em 1995, os japoneses aprimoraram em 1998. O consórcio brasileiro pretende trabalhar em cima do japonês, trazendo alguns aprimoramentos. Os técnicos consideram que é o sistema que melhor casa robustez com amplitude.
Pretende-se também utilizar o padrão MPEG 4 de imagem. Com a digitalização, será possível colocar um transmissor em cada canal, duplicando a capacidade atual -os canais ficam apenas nos números ímpares para não poluir o vizinho. Além disso, o sistema permitirá a transmissão simultânea de até quatro programações, ampliando enormemente a oferta de distribuição.
São questões técnicas, que demandam ainda uma boa discussão.
A questão central é mais política do que técnica. Pelos cálculos dos coordenadores do projeto, o mercado estará extremamente aquecido nos próximos quatro anos. Será possível vender 40 milhões de aparelhos digitais. Com a importação de tecnologia, custariam royalties na casa de US$ 400 milhões. Com o sistema adaptado em padrões abertos, o pagamento cairia para um terço.
Segundo esses técnicos, há um receio concreto e um falso em relação ao modelo. O concreto é que, assim que implantar uma modulação baseada no modelo do Japão, por conta de seus laços com o país, a Rede Globo (que foi sócia da japonesa NEC no Brasil) possa obter financiamento em condições vantajosas em relação à concorrência e dominar o mercado de transmissores. São 21 mil espalhados pelo país e que podem ser instantaneamente ocupados com equipamento importado.
A falsa questão, na opinião desses pesquisadores, é a leitura de que o sistema japonês expulsaria as empresas de telecomunicações do mercado de distribuição de conteúdo. Em 2005, pela primeira vez em dez anos, o mercado de telefonia fixa mundial estagnou, o que acirrará ainda mais a competição. Só que a concorrência das telecomunicações, na opinião desses técnicos, é com a TV por assinatura.
De qualquer modo, a decisão tem que vir no bojo de uma política industrial. A TV digital exige um vídeo de plasma. E não existe nenhum fabricante de plasma em toda a América Latina.
Amanhã, o modelo brasileiro de TV Digital será apresentado na USP, com a presença do ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Nas próximas colunas, trarei mais visões sobre a questão.
E-mail - Luisnassif@uol.com.br
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