Ainda em janeiro, o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro-mor da República e louco por briga de galo, foi preso pela Polícia Federal numa rinha no Rio. Saiu da cadeia na manhã seguinte. Ainda não acabou o desterro dos policiais que ousaram prender o amigo do rei. Hoje Duda nem conversa com Lula. O presidente, que continuou a divertir-se com viagens à fantasia, não acha o marqueteiro tão criativo desde agosto. Mudou de idéia quando Duda resolver revelar a uma das CPIs parte do muito que sabe.
Em março, oficiais do Exército foram remetidos ao Rio para intervir num setor ameaçado de morte por falta de dinheiro e competência. Segurança pública? Não: favelas conflagradas podem esperar. Eram oficiais-médicos deslocados para enfrentar as tropas de ineptos que lutam para destruir o sistema de saúde, monitorado com criminoso descaso por autoridades federais, estaduais e municipais. Em contrapartida, o MST esbanjava saúde: inaugurou em março uma escola nacional para diplomar invasores de terras.
As explosões deflagradas em junho reservaram o espaço nobre do noticiário para farsantes envolvidos em pilantragens. Os escândalos provocaram fenômenos extraordinários. O durão José Dirceu, por exemplo, chorou. A renúncia forçada abalou a crença de Severino Cavalcanti em Nossa Senhora Aparecida. Reduziu a fato menor a prisão de Paulo Maluf, que só deixou a cadeia porque no peito de ministro do Supremo também bate um coração. Visivelmente boa foi só uma revelação: Diana Buani, a ''musa do mensalinho''.