É inevitável. Sempre que o ministro Antônio Palocci põe os pés no Congresso Nacional, os fantasmas de Ribeirão Preto começam a assombrá-lo. Na terça-feira 29, ele estava lá para falar sobre educação numa comissão especial da Câmara dos Deputados. E Antônio Palocci acabou sendo perguntado sobre suas relações com o antropólogo Roberto Costa Pinho, que assessorou Gilberto Gil no Ministério da Cultura e sacou R$ 350 mil das contas do publicitário Marcos Valério, no Banco Rural. Palocci afirmou que a prefeitura de Ribeirão não o havia contratado e que ambos não mantinham encontros durante a sua segunda gestão como prefeito, em 2001 e 2002. É uma mentira, comprovada pela foto ao lado. Numa reunião na Prefeitura, os dois aparecem sorridentes. Ocorre que Roberto Costa Pinho foi contratado, sem licitação, para um dos projetos mais polêmicos de Palocci: o Vale dos Rios, que previa a construção de uma ponte sobre o córrego Ribeirão Preto. O projeto consumiu R$ 5 milhões e deixou apenas um pequeno jardim numa praça da cidade. Pinho foi contrato por "notória especialização" e suspeita-se que a verba tenha sido usada na campanha de 2002.
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