Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, outubro 08, 2008

Banco Central do Brasil pode reduzir juros

BLOG Carlos Alberto Sardenberg,

Postado em 08 de Outubro de 2008 às 09:19

A ação coordenada dos principais BCs do mundo – reduzindo juros em caráter emergencial – deixou claro o entendimento global do momento: combater a crise financeira é muito mais importante do que as preocupações com a inflação.

Sendo assim, e sendo verdade que a crise financeira já está no Brasil, o Banco Central do Brasil está com a posição trocada. Nosso BC está em um ciclo de alta de juros para combater a inflação - em um movimento que é anterior ao agravamento da crise.

Ou seja, o BC aqui poderia se reunir de imediato, fora do calendário normal, e entrar no ciclo mundial de derrubada de juros.

Não seria surpresa se o BC fizesse isso ainda hoje ou nos próximos dias.

A menos que o pessoal lá acredite que a crise chega aqui como uma ondinha.

Fed coordena ação inédita dos bancos centrais: corte global dos juros

Postado em 08 de Outubro de 2008 às 08:59

Bancos centrais do mundo fazem um lance inédito, ousado e forte. É a principal notícia da ação contra a crise financeira. Agorinha mesmo, o Federal Reserve, Fed, dos EUA, anunciou uma ação coordenada com os outros principais BCs do mundo, da Europa, da Inglaterra, Suiça, Suécia e Canadá, para redução geral das taxas básicas de juros.

Esse tipo de movimento é inédito. BCs seguem suas próprias lógicas e devem lidar com os níveis locais de inflação. E, por sinal, há inflação elevada na maioria dos países.

Neste momento, porém, a crise financeira se sobrepõe à inflação. E o caráter global da crise exige ação global – coisa que parecia difícil. Mas saiu e é uma grande notícia: os BCs atropelaram seus calendários de reuniões e, em caráter de enorme emergência, anunciaram reduções de juros – tudo no esforço global de impedir o colapso dos sistemas financeiros por falta de crédito.

Detalhe: toda a operação foi anunciada em um comunicado do Fed, em vez de comunicados de cada BC. O propósito parace ser o de deixar claro que há uma coordenação global contra a crise.

O Banco Central da China também reduziu juros. O do Japão não o fez, informa o comunicado do Fed, porque os juros lá já estão abaixo do mínimo.

Mais do que o tamanho do corte do juros – e foi forte (veja a reportagem na página de abertura) – o decisivo nesta hora é mostrar a capacidade de ação coordenada.

Os BCs reforçam uma atuação notável.

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