O maior imposto que o Brasil paga é o IPTCUT
Por Rejane Lima e Elizabeth Lopes, na Agência Estado. Volto em seguida:
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), resumiu nesta segunda-feira, 8, como "Kit PT" a manifestação contra a licitação que o governo estadual abriu para a contratação de uma consultoria para avaliar os ativos das estatais do Estado. "Eles estão com falta de assunto e vêm amolar a paciência com isso. Não tem nada a ver (com privatização). É tudo ficção. É pra saber o que vale, isso é besteira, isso já foi explicado", disse. "Como eles não têm pontos pra pegar no pé, ficam inventando, é o velho kit PT, kit CUT-PT".
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), representantes dos trabalhadores dessas empresas e de movimentos sociais fizeram protesto nesta segunda em frente ao prédio da Secretaria da Fazenda, na capital paulista, por considerarem que a licitação é "o iminente processo de privatização das empresas". O governador disse ainda que não há o que privatizar e que nunca passou pela cabeça dele privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. "Nós (a Sabesp) estamos fazendo obras aqui (na Baixada Santista) de R$ 1,3 bilhão. Nunca me passou pela cabeça privatizar a Sabesp. Passa pela cabeça saber quanto a Sabesp vale."
Ele afirmou que o governo federal criticava as concessões rodoviárias feitas em São Paulo. "E agora o governo federal vai fazer 10", disse Serra, que participou hoje da abertura do Santos Export, fórum sobre o Porto de Santos e Comércio Exterior que acontece na cidade do litoral paulista.
Adiamento
As empresas que farão a avaliação do ativo mobiliário do Estado de São Paulo só deverão ser conhecidas na semana que vem, informou o secretário de Fazenda do Estado, Mauro Ricardo Costa. O adiamento foi motivado pela apresentação de recursos na audiência pública realizada hoje. Com a apresentação de recursos, foi dado prazo de cinco dias para as argumentações e a partir daí, a secretaria julgará os recursos e publicará a data da abertura das propostas de preços, o que deverá ocorrer na próxima semana.
Mauro Ricardo disse que esta é a primeira vez que se faz uma avaliação desse gênero no Estado, mas que essa medida é usual no setor privado. "É um dever do Estado contabilizar adequadamente o valor de seus ativos," ponderou. Serão contratadas empresas para duas etapas: Grupo A - avaliação - e Grupo B - avaliação e definição da modelagem. Entre as empresas que participam do processo de licitação estão o Banco Fator, JP Morgan, Citi, Morgan Stanley e Ernest Young.
O secretário ressaltou também que a medida vai permitir também ao Estado contratar novas operações de crédito. "Com a atualização da situação patrimonial do Estado, vamos mostrar um Estado mais saudável, pois para contratar (crédito) é preciso mostrar situação patrimonial estável e consolidada." Ele disse que a avaliação também será importante para dar ao Estado condições de fazer, no futuro, algum tipo de operação com essas ações, como por exemplo, vender parte do controle acionário, desmembrar uma empresa em duas e criar uma grande empresa de transportes sobre trilhos, com a junção do Metrô com a CPTM.
Questionado sobre os protestos do PT, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo e dos funcionários das estatais contra a avaliação, Mauro Ricardo afirmou: "Tolice (dizer que o governo paulista vai privatizar suas companhias), o que queremos é dar maior transparência às contas públicas e atualizar o valor patrimonial do Estado."
Voltei
“Kit PT”. A expressão do governador José Serra é boa. É isso aí. Só falta os petistas andarem com uma maletinha debaixo do braço. Não tendo como acusar os adversários de criminosos, então apontam o que consideram um crime ideológico. Lembram-se da campanha eleitoral de 2006? Segundo os petistas, os tucanos pretendiam vender a Petrobras e o Banco do Brasil. Era mentira — assim como é mentira, infelizmente, que o governo de São Paulo pretenda fazer privatizações.
O PT, sim, está dedicado a tal tarefa. Depois de o partido demonizar a privatização das exemplares rodovias paulistas, tenta agora seguir os passos do adversário. Só não consegue fazer com a rapidez necessária porque é incompetente. Aliás, faz poucos dias, como vimos, o governo federal privatizou um trecho da Ferrovia Norte-Sul. Pelo preço mínimo e com um único comprador — o que dá conta da incompetência do vendedor. E quem comprou? A Vale do Rio Doce, justamente a empresa que os petistas querem reestatizar. Essa gente é mesmo uma piada grotesca.
Dia desses, escrevi aqui um texto respondendo à provocação de um petralha. Ele dizia qualquer coisa assim: “Se o PSDB vencer a eleição em 2010, quero ver sobre o que você vai escrever”. A síntese da minha resposta foi mais ou menos esta: o petismo é um mal entranhado na cultura política brasileira, nos Poderes da República e em todas instâncias do estado. É evidente que essa gente não vai deixar de assombrar a vida pública brasileira. Os caras vivem disso e pra isso. É uma indústria de ideologia. E merecerá combate permanente, pouco importa quem esteja no poder.
Peguem o caso dos que foram lá hoje fazer o seu “protesto”. Leitor, pense no caso tendo em vista a sua própria condição. Eles não trabalham? Não têm ocupação? Numa segunda-feira gorda, enquanto eu estava aqui, escrevendo; você aí, malhando no escritório, na sala de aula, na sua empresa, sei lá onde, “eles” faziam o quê? Quem paga o salário dessa gente? Como é que os valentes se sustentam? De onde conseguem os recursos para pagar as suas contas?
Eu respondo. Direta ou indiretamente, a grana sai do nosso bolso. O maior imposto que o Brasil paga é o IPTCUT.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), resumiu nesta segunda-feira, 8, como "Kit PT" a manifestação contra a licitação que o governo estadual abriu para a contratação de uma consultoria para avaliar os ativos das estatais do Estado. "Eles estão com falta de assunto e vêm amolar a paciência com isso. Não tem nada a ver (com privatização). É tudo ficção. É pra saber o que vale, isso é besteira, isso já foi explicado", disse. "Como eles não têm pontos pra pegar no pé, ficam inventando, é o velho kit PT, kit CUT-PT".
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), representantes dos trabalhadores dessas empresas e de movimentos sociais fizeram protesto nesta segunda em frente ao prédio da Secretaria da Fazenda, na capital paulista, por considerarem que a licitação é "o iminente processo de privatização das empresas". O governador disse ainda que não há o que privatizar e que nunca passou pela cabeça dele privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. "Nós (a Sabesp) estamos fazendo obras aqui (na Baixada Santista) de R$ 1,3 bilhão. Nunca me passou pela cabeça privatizar a Sabesp. Passa pela cabeça saber quanto a Sabesp vale."
Ele afirmou que o governo federal criticava as concessões rodoviárias feitas em São Paulo. "E agora o governo federal vai fazer 10", disse Serra, que participou hoje da abertura do Santos Export, fórum sobre o Porto de Santos e Comércio Exterior que acontece na cidade do litoral paulista.
Adiamento
As empresas que farão a avaliação do ativo mobiliário do Estado de São Paulo só deverão ser conhecidas na semana que vem, informou o secretário de Fazenda do Estado, Mauro Ricardo Costa. O adiamento foi motivado pela apresentação de recursos na audiência pública realizada hoje. Com a apresentação de recursos, foi dado prazo de cinco dias para as argumentações e a partir daí, a secretaria julgará os recursos e publicará a data da abertura das propostas de preços, o que deverá ocorrer na próxima semana.
Mauro Ricardo disse que esta é a primeira vez que se faz uma avaliação desse gênero no Estado, mas que essa medida é usual no setor privado. "É um dever do Estado contabilizar adequadamente o valor de seus ativos," ponderou. Serão contratadas empresas para duas etapas: Grupo A - avaliação - e Grupo B - avaliação e definição da modelagem. Entre as empresas que participam do processo de licitação estão o Banco Fator, JP Morgan, Citi, Morgan Stanley e Ernest Young.
O secretário ressaltou também que a medida vai permitir também ao Estado contratar novas operações de crédito. "Com a atualização da situação patrimonial do Estado, vamos mostrar um Estado mais saudável, pois para contratar (crédito) é preciso mostrar situação patrimonial estável e consolidada." Ele disse que a avaliação também será importante para dar ao Estado condições de fazer, no futuro, algum tipo de operação com essas ações, como por exemplo, vender parte do controle acionário, desmembrar uma empresa em duas e criar uma grande empresa de transportes sobre trilhos, com a junção do Metrô com a CPTM.
Questionado sobre os protestos do PT, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo e dos funcionários das estatais contra a avaliação, Mauro Ricardo afirmou: "Tolice (dizer que o governo paulista vai privatizar suas companhias), o que queremos é dar maior transparência às contas públicas e atualizar o valor patrimonial do Estado."
Voltei
“Kit PT”. A expressão do governador José Serra é boa. É isso aí. Só falta os petistas andarem com uma maletinha debaixo do braço. Não tendo como acusar os adversários de criminosos, então apontam o que consideram um crime ideológico. Lembram-se da campanha eleitoral de 2006? Segundo os petistas, os tucanos pretendiam vender a Petrobras e o Banco do Brasil. Era mentira — assim como é mentira, infelizmente, que o governo de São Paulo pretenda fazer privatizações.
O PT, sim, está dedicado a tal tarefa. Depois de o partido demonizar a privatização das exemplares rodovias paulistas, tenta agora seguir os passos do adversário. Só não consegue fazer com a rapidez necessária porque é incompetente. Aliás, faz poucos dias, como vimos, o governo federal privatizou um trecho da Ferrovia Norte-Sul. Pelo preço mínimo e com um único comprador — o que dá conta da incompetência do vendedor. E quem comprou? A Vale do Rio Doce, justamente a empresa que os petistas querem reestatizar. Essa gente é mesmo uma piada grotesca.
Dia desses, escrevi aqui um texto respondendo à provocação de um petralha. Ele dizia qualquer coisa assim: “Se o PSDB vencer a eleição em 2010, quero ver sobre o que você vai escrever”. A síntese da minha resposta foi mais ou menos esta: o petismo é um mal entranhado na cultura política brasileira, nos Poderes da República e em todas instâncias do estado. É evidente que essa gente não vai deixar de assombrar a vida pública brasileira. Os caras vivem disso e pra isso. É uma indústria de ideologia. E merecerá combate permanente, pouco importa quem esteja no poder.
Peguem o caso dos que foram lá hoje fazer o seu “protesto”. Leitor, pense no caso tendo em vista a sua própria condição. Eles não trabalham? Não têm ocupação? Numa segunda-feira gorda, enquanto eu estava aqui, escrevendo; você aí, malhando no escritório, na sala de aula, na sua empresa, sei lá onde, “eles” faziam o quê? Quem paga o salário dessa gente? Como é que os valentes se sustentam? De onde conseguem os recursos para pagar as suas contas?
Eu respondo. Direta ou indiretamente, a grana sai do nosso bolso. O maior imposto que o Brasil paga é o IPTCUT.