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1. A descontinuidade político-administrativa no Brasil só não afetou gravemente o PAN porque houve continuidade política na Prefeitura do Rio. Foram dois presidentes, três governadores, três ministros dos esportes, e um só prefeito, desde agosto de 2002 quando o RIO foi escolhido como cidade-sede.
2. Em nenhum momento -de 2002 a 2006- os Governos Federal e do Estado moveram sequer uma palha na direção do PAN, embora ambos tivessem assinado o contrato lastreando a assinatura contratual do prefeito. Os sinais de participação federal foram interrompidos com a crise de 2005 do mensalão. Até acordos de parcerias/patrocinios em investimentos, foram cancelados pois haviam sido decididos pelo ministro Dirceu. O governo federal ficou esperando as tendências eleitorais de 2006 para saber se entraria ou não. Realmente, entrou participando e investindo a partir de agosto de 2006.
3. A partir de janeiro de 2007, com o novo governo, o Estado passou a participar pró-ativamente, embora sem recursos para aplicar. Em 2007 o governo do Estado praticamente não aplicou um real de recursos próprios, mas em função da articulação com o governo federal, aplicou os recursos transferidos e recebidos. Mas o importante é que passou a participar e acreditar.
4. Desde agosto de 2002 até setembro de 2006, portanto 4 anos, apenas a Prefeitura do Rio aplicou recursos orçamentários no PAN e sustentou sozinha o CO-RIO, as consultorias, o pagamento dos direitos de TV, e os investimentos em equipamentos esportivos. Com as PPPs no Rio-Centro, Marina e Vila Pan-americana, a prefeitura investiu sem desembolsar, 300 milhões de reais, e viabilizou mais de 13 modalidades esportivas do PAN. Com recursos próprios orçamentários, aplicou nestes cinco anos no PAN, o valor de 1,1 bilhão de reais, de desembolso.
5. Os gastos orçamentários diretos e exclusiva e diretamente direcionados ao PAN, mobilizaram 500 milhões aplicados pelo governo federal e 250 milhões aplicados pelo governo federal através do Estado e da Prefeitura, num total de 750 milhões de reais. Estes 1,85 bilhão foram os gastos realizados, que sem o PAN não o teriam sido. Se agregarmos as PPPs que produziram investimentos privados através de concessões da Prefeitura no Rio-Centro, Marina e Vila do PAN, chegaríamos a 2,15 bilhões de reais.
6. Os Jogos Olímpicos de 2016 vem aí e o Rio tem grande chance de sediá-los. Mas dever-se-ia aprender com o PAN e garantir a continuidade administrativa nas decisões relativas, talvez através de recursos caucionados em lei nas três esferas de governo e vinculados orçamentariamente, para que 2016 se concretize com todos os seus benefícios para o RIO e para o esporte nacional.