Como FHC impediu que Lula parasse o país no 5º mês de seu primeiro mandato, em 1995
No quinto mês do primeiro mandato, FHC enfrentou uma crise promovida pelos baderneiros da CUT, cujo chefe vocês sabem bem quem era e quem é: Luiz Inácio Lula da Silva. Os petroleiros tinham decidido parar o país. FHC então ordenou que 1.630 soldados do Exército ocupassem quatro das 11 refinarias da Petrobras. “Se tiver que atirar, vou atirar para manter a integridade das instalações", disse o general Antonio de Araújo de Medeiros, comandante da 5ª. Região Militar.” Felizmente, isso não foi necessário.
O que permitiu a FHC agir com a devida firmeza diante de grevistas que haviam perdido todos os pleitos na Justiça do Trabalho? Uma reportagem da Veja de 31 de maio de 1995 explica: “O governo Fernando Henrique Cardoso mostrou firmeza, coerência e até competência para acabar com uma greve. Assim que recebeu os primeiros sinais de fumaça da greve dos petroleiros da CUT, Brasília montou um esquema inédito de resistência. Em segredo, a Petrobrás transferiu combustível para distribuidoras privadas, garantindo o abastecimento de emergência. Importou petróleo e derivados em tal quantidade que chegou a levantar a cotação internacional do produto em 10%. Contratou 220 funcionários aposentados, vários deles treinados na surdina num hotel em Guarulhos, no cinturão industrial de São Paulo, para substituir grevistas nas principais refinarias e fez até contato com as matrizes de multinacionais para preparar uma eventual importação de mão-de-obra especializada. Os canais diplomáticos foram mobilizados para selar acordos com vizinhos ricos em petróleo, como Argentina e Venezuela, que venderam mais do que de costume ao Brasil.”
O que os petroleiros de Lula queriam? Salário? Não. A reportagem também esclarecia: “Nem pelos petroleiros nem pelo governo, a greve foi uma disputa salarial. Os próprios líderes dos sindicatos reconhecem que poderiam ter cruzado os braços em janeiro, julho ou agosto, mas preferiram iniciar a paralisação em maio porque estavam de olho num acontecimento político de maior relevância - a revisão da Constituição, em que a questão do monopólio do petróleo estará em debate - e calculavam que sob essa circunstância teriam mais chances de ser atendidos. O problema do governo nunca foi gastar mais ou menos com os trabalhadores. Se atendesse todas as reivindicações dos sindicatos, o governo gastaria cerca de meio bilhão de dólares. Entre as reivindicações havia uma hilariante: auxílio-saúde para ex-sogros. Ou seja, se o funcionário se divorciava, o pai da ex-mulher tinha direito ao benefício. (...) O que interessava ao governo era vencer uma prova de força. E isso Fernando Henrique conseguiu.”
O que vai acima demonstra como deve agir um presidente em momentos de crise. E também confere conteúdo histórico ao Lula de agora, que acusa a irresponsabilidade dos controladores de vôo. Seus petroleiros estavam decididos a parar o país em razão de uma questão assumidamente política. Governo que se preza não fica refém de ninguém. Concluo este texto com mais um trecho da reportagem da Veja: “'Em greve de estatal é assim: se a gente faz corpo mole na primeira, depois não recobra as forças. Eles sugam tudo. E não vou além da lei, ou acima dela’, disse FHC. Iniciou-se ali o plano de estocagem de combustível. Durante uma semana, a Petrobrás bombeou mais combustível do que de costume para as 31 distribuidoras privadas. As distribuidoras possuem vinte bases principais, espalhadas ao longo da costa brasileira, e quarenta bases secundárias, localizadas no interior do país. Uma rede de navios, trens e caminhões-tanques entrou em funcionamento para esvaziar os tanques das bases principais e encher os das secundárias. O objetivo era mandar o máximo possível dos estoques para o interior, abrindo espaço para mais combustível nas capitais.”
É isso aí, Lula. Aprenda com FHC. Veja como ele enfrentava os bate-paus do lulismo.
O que permitiu a FHC agir com a devida firmeza diante de grevistas que haviam perdido todos os pleitos na Justiça do Trabalho? Uma reportagem da Veja de 31 de maio de 1995 explica: “O governo Fernando Henrique Cardoso mostrou firmeza, coerência e até competência para acabar com uma greve. Assim que recebeu os primeiros sinais de fumaça da greve dos petroleiros da CUT, Brasília montou um esquema inédito de resistência. Em segredo, a Petrobrás transferiu combustível para distribuidoras privadas, garantindo o abastecimento de emergência. Importou petróleo e derivados em tal quantidade que chegou a levantar a cotação internacional do produto em 10%. Contratou 220 funcionários aposentados, vários deles treinados na surdina num hotel em Guarulhos, no cinturão industrial de São Paulo, para substituir grevistas nas principais refinarias e fez até contato com as matrizes de multinacionais para preparar uma eventual importação de mão-de-obra especializada. Os canais diplomáticos foram mobilizados para selar acordos com vizinhos ricos em petróleo, como Argentina e Venezuela, que venderam mais do que de costume ao Brasil.”
O que os petroleiros de Lula queriam? Salário? Não. A reportagem também esclarecia: “Nem pelos petroleiros nem pelo governo, a greve foi uma disputa salarial. Os próprios líderes dos sindicatos reconhecem que poderiam ter cruzado os braços em janeiro, julho ou agosto, mas preferiram iniciar a paralisação em maio porque estavam de olho num acontecimento político de maior relevância - a revisão da Constituição, em que a questão do monopólio do petróleo estará em debate - e calculavam que sob essa circunstância teriam mais chances de ser atendidos. O problema do governo nunca foi gastar mais ou menos com os trabalhadores. Se atendesse todas as reivindicações dos sindicatos, o governo gastaria cerca de meio bilhão de dólares. Entre as reivindicações havia uma hilariante: auxílio-saúde para ex-sogros. Ou seja, se o funcionário se divorciava, o pai da ex-mulher tinha direito ao benefício. (...) O que interessava ao governo era vencer uma prova de força. E isso Fernando Henrique conseguiu.”
O que vai acima demonstra como deve agir um presidente em momentos de crise. E também confere conteúdo histórico ao Lula de agora, que acusa a irresponsabilidade dos controladores de vôo. Seus petroleiros estavam decididos a parar o país em razão de uma questão assumidamente política. Governo que se preza não fica refém de ninguém. Concluo este texto com mais um trecho da reportagem da Veja: “'Em greve de estatal é assim: se a gente faz corpo mole na primeira, depois não recobra as forças. Eles sugam tudo. E não vou além da lei, ou acima dela’, disse FHC. Iniciou-se ali o plano de estocagem de combustível. Durante uma semana, a Petrobrás bombeou mais combustível do que de costume para as 31 distribuidoras privadas. As distribuidoras possuem vinte bases principais, espalhadas ao longo da costa brasileira, e quarenta bases secundárias, localizadas no interior do país. Uma rede de navios, trens e caminhões-tanques entrou em funcionamento para esvaziar os tanques das bases principais e encher os das secundárias. O objetivo era mandar o máximo possível dos estoques para o interior, abrindo espaço para mais combustível nas capitais.”
É isso aí, Lula. Aprenda com FHC. Veja como ele enfrentava os bate-paus do lulismo.