O Globo |
12/12/2006 |
Um dos carros apreendidos depois de usado no assalto contra a ministra Ellen Gracie North fora roubado horas antes na Linha Vermelha. O proprietário, que contou sua história no Globo Online, deu queixa à polícia imediatamente. Horas mais tarde, ele reconheceu o carro na mesma Linha Vermelha. Avisou à polícia, pelo telefone. Disseram-lhe que nada poderiam fazer, e a própria vítima deveria avisar uma patrulha. Isso ele fez, recorrendo ao posto policial em frente à UFRJ. Depois do ataque à ministra, o moço acabou recuperando o carro no mesmo dia em que fora roubado, fenômeno merecedor de registro no "Guinness". Outra lição do episódio peca por obviedade: o policiamento da Linha Vermelha é frágil demais. Mesmo sendo via expressa, com número limitado de saídas, e tendo no meio do caminho um quartel da PM. E com a polícia conhecendo modelo e placa de um dos carros que acabaria sendo usado no ataque à comitiva da ministra. Oficialmente, a presidente do STF foi contida e elegante. Em particular, desabafou com um amigo: "Não sei como você consegue viver nesta cidade." Depois, desmentiu a frase, mas tinha inegável direito ao desabafo. Seja como for, nós também não sabemos, ministra. Em puro palpite, diria que alguns vivem em estado de medo permanente, outros preferem uma espécie de amnésia deliberada: partem em direção à Linha Vermelha e outras vias expressas garantindo a seus botões que nada de ruim vai acontecer. Os botões aparentemente acreditam. Assim, a maioria se permite esquecer o que acontece com a minoria. Consegue até não registrar que a minoria é maior a cada dia. A atitude da polícia estadual ficou bem definida pela reação do secretário de Segurança, Roberto Precioso: a culpa, ele disse, foi dos seguranças da ministra, que deveriam ter pedido ajuda à Polícia Federal. É extraordinária confissão de impotência. Deduz-se que autoridades da República não devem confiar na eficiência estadual. Mas acontece que os seguranças da ministra eram agentes da PM - de Precioso e nossa - cedidos ao Judiciário federal. Os bandidos que atacaram a ministra obviamente não sabiam quem tinham escolhido para o ganho da hora. Num outro universo, isso deveria fazer pequena ou nenhuma diferença: um esquema de segurança capaz de proteger qualquer cidadão bastaria para evitar os momentos de terror por que passou outro dia a autoridade federal. É esse esquema que o governo estadual está devendo. Não apenas a atual e reconhecidamente desastrosa administração. O problema é dela e foi de todas as que antecederam desde que se construíram as vias expressas cortando áreas com alta concentração de favelas. E será do próximo governo. Essa constatação é feita a todo risco: espera-se que não sirva de argumento para maluquices como a transferência das comunidades da Maré e outras para algum fim de mundo. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, dezembro 12, 2006
Luiz Garcia - Viver nesta cidade
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