Panorama Econômico |
O Globo |
22/12/2006 |
Durante metade do ano, o desemprego mensal ficou mais alto que no mesmo mês do ano passado. Agora em novembro, pela primeira vez desde abril, a taxa ficou ligeiramente melhor do que em 2005. O mercado de trabalho tem sido incapaz de absorver os que procuram emprego; principalmente os jovens. Isso é mais relevante que os dados, sempre exibidos pelo governo, de criação de emprego do Caged. Existem alguns progressos que são vistos tanto no Caged quanto na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O primeiro termômetro é um dado calculado pelo Ministério do Trabalho com base nas informações relatadas pelas empresas formais do país; o segundo é calculado pelo IBGE, com coletas em seis regiões metropolitanas. O primeiro tem a falha óbvia de não ver o que se passa no mercado informal, que engoliu mais da metade do mercado de trabalho brasileiro. O segundo tem a falha de ser bem limitado para um país tão grande e de diferentes situações econômicas regionais. O interior nunca é visto. E, como se sabe por outras pesquisas, foram as cidades médias que cresceram mais nos últimos anos no Brasil. Os dois dados informam que houve aumento de pessoas trabalhando. Segundo o número divulgado ontem pelo IBGE, comparado com um ano atrás, existem mais 600 mil pessoas com emprego. Com carteira assinada, foram criados 487 mil postos de trabalho em um ano. Isso é bom, mas insuficiente. Tanto que o número de desempregados nestas seis cidades - São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador e Belo Horizonte - ficou estável. Os mesmos 2,2 milhões desempregados foram encontrados pelos pesquisadores. Houve aumento do emprego, mas não queda do desemprego. Isso é possível porque mais brasileiros estão procurando emprego, entrando na População Economicamente Ativa, a PEA, designação que reúne os que procuraram emprego no último mês e os que já estão empregados. Quem desistiu de procurar, não está nessa estatística, mas, sim, em outra, a do desemprego por desalento. Essa oficial, a de 9,5%, é alta o suficiente, mas o verdadeiro desemprego é ainda maior. Em Recife e Salvador, as taxas caíram, mas continuam altíssimas: 12,4% e 13,2%. Desemprego de país em crise. Há boas notícias no mercado de trabalho, como o aumento do rendimento médio real do trabalhador de 5,7% em um ano. Mas o mercado de trabalho brasileiro perdeu capacidade de absorver quem está à margem e quem está chegando. Como a maior parcela da população é de jovens, que é justamente quem está entrando no mercado de trabalho, a pressão tende a aumentar ainda mais. Por isso o crescimento da economia é tão necessário. Só taxas mais fortes de crescimento do PIB garantiriam a oferta de emprego num ritmo mais confortável. A estatística divulgada pelo IBGE na quarta-feira mostra que a tendência de desemprego maior entre os mais jovens tem sido confirmada ano após ano. No ano, a Selic caiu fortemente; a TJLP bateu ontem em 6,5%; o governo deu vários incentivos setoriais, e alguns até produziram resultado, como na altamente empregadora construção civil. Mesmo assim, o resultado é bem abaixo do esperado e desejável. A TJLP, que caiu ontem novamente, é, na prática, um subsídio. O empresário paga bem menos que o governo para se financiar. A idéia por trás desse subsídio é que o empresário invista mais, empregue mais, e, assim, se justificaria o fato de o dinheiro vir do Fundo de Amparo ao Trabalhador. A economia mudou muito nos últimos dez anos, e muitas dessas mudanças foram para o bem, como a estabilização e a abertura. Mas aqui, como no resto do mundo, o desafio da nova forma de produzir é a criação de empregos. De 1995 a 2005, o desemprego dobrou para quem é jovem. Dos analfabetos brasileiros, a maioria está acima de 50 anos, mas quase quatro milhões têm menos de 30 anos. Isso é inadmissível num país que tem bilhões num Fundo de Amparo ao Trabalhador e no qual, há 60 anos, funcionam as instituições do Sistema S com o objetivo de qualificar o trabalhador. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Míriam Leitão - Drama do emprego
Arquivo do blog
-
▼
2006
(6085)
-
▼
dezembro
(466)
- FERREIRA GULLAR De tédio não morreremos
- ELIANE CANTANHÊDE Lula herda Lula
- JOÃO UBALDO RIBEIRO O ano da mágica
- Merval Pereira A ação das milícias
- CLÓVIS ROSSI Uma ficção chamada Lula
- COMO LULA QUER SER LEMBRADO?por Paulo Moura, cient...
- A VOLTA DE QUEM NÃO FOI
- Delúbio estava certo...COMEMORANDO EM LIBERDADE
- MERVAL PEREIRA - O que é terrorismo?
- FERNANDO GABEIRA Governo e primos no aeroporto
- SERGIO COSTA Eles já sabiam.E daí?
- GESNER OLIVEIRA Lições de 2006
- FERNANDO RODRIGUES Obsessão petista
- CLÓVIS ROSSI O crime e o lusco-fusco
- NELSON MOTTA-A etica do acaso
- Lixo - uma chance para alguns avanços
- VEJA Especial
- VEJA Perspectiva
- veja Retrospectiva
- MILLÔR
- Diogo Mainardi O Homem do Ano
- Rio de Janeiro Terror na cidade
- Uma história ainda sem fim
- A agenda materialista da "bispa"
- Escândalo do dossiê O roteiro se cumpre
- FALÊNCIA MÚLTIPLA DE ÓRGÃOS
- A união contra o crime
- Míriam Leitão - As perdas
- Merval Pereira - União contra a bandidagem
- Luiz Garcia - Ocasião & ladrão
- Eliane Cantanhede - A PF morreu na praia
- Clóvis Rossi - Ponto para a barbárie
- O autoritarismo populista
- A cultura do privilégio
- Milícias paramilitares já controlam 92 favelas
- Celso Ming - As bolsas comemoram
- DE ATENTADOS, COMANDOS, PCC E MILÍCIAS!
- O Brasil é aqui Por Reinaldo Azevedo
- Demétrio Magnoli Leis da tortura
- REFLEXOS DE UM REAL VALORIZADO, E DE UM DÓLAR BARATO!
- Celso Ming - Tapete lambuzado
- CLÓVIS ROSSI O champanhe e o sonho
- Um pacto de seriedade
- Eliane Cantanhêde Opinião dos formadores de opinião
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Aos poucos
- Merval Pereira - Reinventar o Rio
- É ter fé e rezar Demóstenes Torres
- Sucesso de Incompetência (José Negreiros)
- Carlos Heitor Cony - Cadê Braguinha
- Você’ tem muito a aprender
- O etanol do Brasil assusta
- Descrédito absoluto
- Clóvis Rossi - O relatório do apocalipse
- Celso Ming - A ameaça chinesa
- ROBERTO DaMATTA Presente de Natal
- Míriam Leitão - Sem decolar
- Merval Pereira - Diagnósticos para o Rio
- José Nêumanne A republiqueta do João sem braço
- CAPITAL EXTERNO EM AÉREAS PODE SUBIR
- A IMPLOSÃO! OU GAROTINHO É O LULA DE AMANHÃ!
- "IMPERIALISMO" DEITA E ROLA COM LULA!
- PESQUISA INTERNACIONAL
- Isonomia e despautérios Jarbas Passarinho
- O apagão aéreo (nos EUA) Rubens Barbosa
- Arnaldo Jabor -Papai Noel nunca gostou de mim
- Clóvis Rossi - De fatos e conspirações
- Miriam Leitão Mulheres do mundo
- LUIZ GARCIA - Quanto pior, pior
- MERVAL PEREIRA -Mudar o astral
- As mistificações do diretor-geral da PF
- Lula cria vocabulário próprio em discursos
- SERGIO COSTA Preparar para não decolar
- VIVALDO DE SOUSA Planejamento necessário
- FERNANDO DE BARROS E SILVA Carpe diem
- DENIS ROSENFIELD - A república corporativa
- FERREIRA GULLAR Natal em cana
- PLÍNIO FRAGA Notícias infernais
- CLÓVIS ROSSI O corte, os serviços e o Natal
- ENTREVISTA ANTÔNIO ANASTASIA
- FOLHA ENTREVISTA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
- Miriam Leitão Melhor não
- JOÃO UBALDO Natal sensacional
- MERVAL PEREIRA -Cérebro e coração
- DORA KRAMER Lula e o populismo
- Miriam Leitão Janela discreta
- MERVAL PEREIRA -Sem impactos
- GESNER OLIVEIRA Natal sem pacote
- CLÓVIS ROSSI Respeito no ralo
- Quando destrava a economia? Perguntem a Marisa Let...
- Tiros no pé
- Míriam Leitão - Drama do emprego
- Merval Pereira - Chance renovada
- O reajuste do salário mínimo
- Mínimo irracional
- É preciso informar
- A voz do Brasil
- Eliane Cantanhede - Grave a crise
- Clóvis Rossi - Pé-de-meia
- A distorção do auxílio-doença
- Guerra à pobreza está sendo perdida
-
▼
dezembro
(466)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA