O Estado de S. Paulo |
15/12/2006 |
A China, que completa cinco anos de adesão às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), está recebendo missão de altíssimo nível dos Estados Unidos. O objetivo da missão é exigir da China a observância de práticas leais de comércio. E a China quer levar os americanos a aceitarem seus pontos de vista. O encontro leva um nome que diz muita coisa: Diálogo Estratégico Econômico. A missão americana, chefiada pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, é integrada pelo presidente do Federal Reserve (banco central), Ben Bernanke, e por mais sete secretários (ministros) de Estado. Terça-feira, a representante da Casa Branca para Assuntos de Comércio Exterior, Susan Schwab, também na missão, havia divulgado relatório de 100 páginas com críticas pesadas ao jeito chinês de administrar a economia, de fazer comércio e de lidar com direitos autorais. Foi um recado prévio que sugere a velha prática do "morda primeiro e, se for preciso, assopre depois". Nas negociações anteriores à entrada na OMC, a China aceitou mudar 3 mil regras. Mas a avalanche de produtos chineses está deixando políticos, sindicalistas e empresários impacientes. Tramitam no Congresso americano nada menos que 27 projetos de lei que impõem represálias comerciais à China. Só em outubro, o déficit comercial dos Estados Unidos com a China foi de US$ 24,4 bilhões, ou 40% do total. Além de acusados de roubar fábricas, empregos e faturamento, os chineses estão sendo apontados como desrespeitadores de patentes. Uma das queixas incluídas no Relatório Schwab é a de que a China é campeã em pirataria, ou seja, em copiar produtos e tecnologia alheia e vendê-los depois como se fossem seus, sem pagar royalties e direitos de uso. Mas nada se compara à fúria americana com o tipo de câmbio adotado. A gritaria é de que a China mantém um câmbio artificialmente desvalorizado para poder continuar a empurrar produtos industrializados de baixo preço para o mercado americano. Há pelo menos cinco anos, Washington envia a Pequim sucessivas missões oficiais com o objetivo de levar os chineses a flexibilizar sua política cambial hoje atrelada à cotação de 7,8 yuans (e quebradinhos) por dólar. Ao desembarcar em Pequim, Paulson não poupou munição verbal. A presença de Ben Bernanke na comitiva está relacionada com o esforço diplomático extra para tentar dobrar a China sobre isso. Terça-feira, o colunista do Washington Post Sebastian Mallaby desancou o câmbio chinês que, segundo ele, manipula o comércio exterior e alija deslealmente o produto dos demais países do mercado. Criticou também as regras da OMC, "que exigem o cumprimento dos princípios do mercado aberto, mas não os de padrões trabalhistas decentes". É improvável que os chineses se deixem amolecer. Convém levar em conta que as relações sino-americanas alcançaram alto grau de simbiose. Um já não pode viver sem o outro. Os americanos têm enormes déficits a enfrentar e os chineses contribuem substancialmente para seu financiamento. A contrapartida é o atual período de enorme consumo americano (poupança de zero por cento do PIB) e de altíssima poupança chinesa (44% do PIB). No mais, apesar das reclamações, é difícil resistir a mercadorias que vêm da China. O mundo age como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que quarta-feira desancou o "banditismo chinês", mas colabora com ele quando distribui brindes made in China. |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, dezembro 15, 2006
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