Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 05, 2006

CLOVIS ROSSI A Suíça é mais animada

Folha de S. Paulo
5/9/2006
Impressiona a solidão com a qual a senadora Heloísa Helena, candidata presidencial do PSOL, se movimentou ontem em São Paulo -pelo menos nos dois eventos relacionados à Folha (o almoço na sede do jornal e a sabatina no Teatro Folha).
A senadora chegou ao jornal acompanhada de apenas um companheiro de partido, o deputado federal Orlando Fantazzini -situação que se repetiu no teatro. Tenho uma razoável quilometragem rodada em matéria de almoço de políticos na Folha, especialmente de candidatos à Presidência (desde 1989). Nunca vi uma, digamos, comitiva tão reduzida.
Entendo perfeitamente que o PSOL é um partido novo, de apenas três anos, pequeno (7 de 513 deputados), mas, caramba, é uma dissidência do PT, que foi o grande partido da militância entusiasmada.
Não é razoável que a dissidência não tenha arrastado uma parte do alarido que habitualmente acompanha a esquerda, no mundo todo, aliás. Mas é assim -ou ao menos foi assim ontem.
Confesso que não sei qual é a explicação -nem deu tempo de começar a investigar entre o fim da sabatina no Teatro Folha e o horário de fechamento deste texto. Mas suspeito que parte do problema acabe sendo uma tremenda ironia: a esquerda foi devastada, como entusiasmo e militância, pelas políticas de direita praticadas pelo PT, que ainda se diz, cinicamente, de esquerda.
Basta lembrar que o problema não parece ser só de Heloísa Helena. Dias atrás, a Folha relatou que os "militantes" que acompanhavam ato de campanha do senador Aloizio Mercadante eram pagos e não faziam a mais remota idéia de quem é Mercadante.
Como os partidos de centro e de direita não têm muita tradição de militância, fica esse imenso vazio. Até na Suíça, já vi campanhas mais animadas.

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