Blog do Reinaldo Azevedo
O candidato do PT ao governo do Estado, Aloizio Mercadante (PT), andou tendo novas idéias sobre como combater o crime organizado. Parou de falar em criar uma caderneta de poupança para os presos e não faz mais digressões sobre a culinária dos presídios. É uma pena. Seu pensamento era menos doloso com essas bobagens do que com a nova abordagem. Mais uma vez, ele poupou o PCC de críticas e resolveu atacar o governo de São Paulo. Não apenas este. Os erros, diz, têm 12 anos. Ele teve uma idéia: "Fazer valer a Lei de Execuções Penais". Sabiam que é esta uma das principais reclamações de Marcola? Não que a lei não valha, embora aplicada com dificuldades que dizem respeito à Justiça, não ao Executivo. Até bandido precisa de um pretexto verossímil. Depois Mercadante diz: "O crime organizado cresceu dentro dos presídios. É preciso cortar as linhas de financiamento e os canais de comunicação do crime organizado." O Conselheiro Acácio agradece. Para tanto, é necessário haver investimento em inteligência. O governo de São Paulo construiu presídios. Os recursos que deveriam ter vindo do governo federal para tal tarefa não vieram. Sobre as (in)ações da Polícia Federal no combate ao narcotráfico e ao contrabando de armas nas fronteiras, base do crime organizado, ele nada disse. Diagnóstico todo mundo tem. A questão é a profilaxia. No governo petista na cidade de São Paulo, o PCC se infiltrou na administração por meio dos perueiros e de um capa-preta do partido (ler matéria da Veja, abaixo). Finalmente, ele sugere um força-tarefa formada pelos governos federal e estadual, Ministério Público, Polícias e Receita. Bateu a carteira de uma proposta de seu adversário José Serra. E nada de criticar o PCC. Parece que ele também, a exemplo de Gilberto Dimenstein, aprende muito com as ações de Marcola e sua turma.