Blog do Reinaldo Azevedo
Chávez e Morales: "Sabe como a gente dá um truque em Lula?"
Agora eu entendo por que a esquerda mundial, incluindo a de Banânia, ficou tão furiosa quando George W. Bush atacou o Afeganistão, onde Osama Bin Laden e canalha se refugiaram depois dos ataques de 11 de Setembro. O certo teria sido oferecer dinheiro aos rapazes do Taleban para lhes conquistar a simpatia. O Império não sabe de nada. E quem me dá essa lição? Sim, ele, o Babalorixá. Manchete do Estadão desta terça (ler a seguir), de autoria de Agnaldo Brito, conta tudo: “Enquanto a Petrobrás discute a sua situação na Bolívia, o maior banco de fomento da América Latina, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), inicia negociações com o governo boliviano para a concessão de financiamentos que permitam à Bolívia importar produtos brasileiros. A mando do Palácio do Planalto, uma missão do BNDES esteve na sexta-feira em La Paz para apresentar as modalidades de financiamentos disponíveis na instituição. Foi o primeiro contato e espera agora o retorno dos bolivianos.A decisão de enviar diretores do BNDES à Bolívia numa missão de governo foi acertada na reunião entre Evo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Caracas, ocorrida na noite de terça-feira da semana passada. Evo pretendia politizar a negociação do contrato de gás em curso entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB) e a Petrobrás. Lula recusou discutir o preço do gás, mas introduziu temas para uma "agenda positiva" entre os países. Ambos participaram, em Caracas, da solenidade que marcou o ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul.” Viram só como ele é esperto? Enquanto houver grana no BNDES, os latino-americanos já sabem: basta expropriar alguma empresa brasileira, e lá vem crédito barato. Por favor, dispenso as explicações dos especialistas tentando me provar que Lula está evitando um mal maior, como, por exemplo, uma crise no abastecimento de gás. Como se a Bolívia pudesse sair oferecendo ao mundo o produto engarrafado. É claro que Lula está entrando numa corrida com o "companheiro" Chávez, que tem dinheiro farto do petróleo para estender sua influência na América Latina. Lula virou um joguete na mão de um coronel golpista e de um índio de araque. Protagonismo é isso. O último ladrão boliviano que havia se dado bem ferrando um brasileiro tinha sido aquele da peça Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, que Arnaldo Jabor levou para as telas.
BNDES oferece crédito à Bolívia
Banco avalia financiar a compra de equipamentos agrícolas e uma rodovia, desde que insumos sejam brasileiros
ESTADO
Agnaldo Brito
Enquanto a Petrobrás discute a sua situação na Bolívia, o maior banco de fomento da América Latina, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), inicia negociações com o governo boliviano para a concessão de financiamentos que permitam à Bolívia importar produtos brasileiros. A mando do Palácio do Planalto, uma missão do BNDES esteve na sexta-feira em La Paz para apresentar as modalidades de financiamentos disponíveis na instituição. Foi o primeiro contato e espera agora o retorno dos bolivianos.
A decisão de enviar diretores do BNDES à Bolívia numa missão de governo foi acertada na reunião entre Evo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Caracas, ocorrida na noite de terça-feira da semana passada. Evo pretendia politizar a negociação do contrato de gás em curso entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB) e a Petrobrás. Lula recusou discutir o preço do gás, mas introduziu temas para uma "agenda positiva" entre os países. Ambos participaram, em Caracas, da solenidade que marcou o ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul.
Segundo uma fonte que participou da reunião em La Paz, a Bolívia busca recursos para adquirir cerca de 300 tratores agrícolas com potência entre 80 e 140 cavalos de força. Entre as máquinas, estão plantadeiras e colheitadeiras.
A comitiva brasileira não era composta exclusivamente por membros do banco. Representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também participaram do encontro com integrantes do governo da Bolívia. A associação dos fabricantes ficou encarregada de montar o grupo, formado apenas por montadoras de tratores agrícolas. Entre as empresas participantes estavam a New Holland, John Deere, Agrale e a Case.
"A idéia foi não privilegiar ninguém. Se a Bolívia decidir comprar tratores produzidos no Brasil, terá de escolher entre as várias concorrentes", disse a fonte ouvida pelo Estado.
Uma outra linha de crédito pode vir a ser oferecida pelo BNDES para a construção de uma rodovia no território boliviano. O governo Evo pretende construir uma estrada interligando a cidade de La Paz ao Norte do País, no Departamento de Pando. A estrada tem 800 quilômetros e custo estimado em US$ 600 milhões.
A reunião de sexta-feira teve caráter meramente explicativo, de detalhamento das modalidades de financiamento, além das condições a que a Bolívia teria de se submeter caso opte por essa fonte de recurso. Uma delas é a vinculação dos eventuais empréstimos à compra de bens e serviços de empresas brasileiras. "Isso é muito comum para instituições vinculadas a um país, como o BNDES. É diferente, por exemplo, no caso da concessão de empréstimos de organismos multilaterais, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)", explicou a fonte.
O BNDES informou que ainda não sabe os volumes de recursos envolvidos, mas que isso pode ampliar as exportações de bens e serviço para a Bolívia.