A Câmara absolve pelo voto secreto
deputado que pegou dinheiro ilegal
![]()
Alexandre Oltramari
Joedson Alves/AE![]() |
| O deputado Queiroz, do PTB mineiro: ele diz que o dinheiro era para a campanha de colegas... |
Estava indo bem demais para ser verdade. Na semana passada, a Câmara dos Deputados livrou da cassação o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). Com 250 votos contra a punição e apenas 162 a favor, Queiroz escapou de perder o mandato e os direitos políticos até 2015. Ele é o primeiro deputado a se livrar da cassação tendo, comprovadamente, recebido dinheiro clandestino do lobista Marcos Valério. Botou a mão em 453.000 reais. É também o primeiro deputado cuja absolvição em plenário contraria parecer do Conselho de Ética, que recomendou sua cassação. A decisão de inocentar Queiroz configura uma temeridade pelo que decreta e pelo que sugere. O que decreta: que 250 deputados acham que meter a mão em dinheiro clandestino é um ato inocente. O que sugere: que os outros mensaleiros podem ser tratados com a mesma benevolência e também ser inocentados. Afinal, se um parlamentar leva 453.000 reais e é inocentado, por que outros deverão ser condenados?
![]() |

