Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, dezembro 06, 2005

Financial Times:“Milagre brasileiro é menos sólido do que parece”

PRIMEIRA LEITURA

Em editorial na edição desta terça-feira, o jornal britânico Financial Times afirma que o ritmo de crescimento da economia está aquém do necessário e que, a permanecer nesse percurso, o Brasil será excluído do grupo de emergentes com poder de influenciar a economia global. O FT lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gosta de ressaltar que o Brasil está avançando rumo a um status de país desenvolvido. "Entretanto, raspe a superfície, o novo milagre econômico do Brasil é muito menos sólido do que parece", diz o texto. "O problema é que o país não está crescendo com a rapidez necessária." Comparado com a Rússia, Índia e China, as outras três grandes economias emergentes apelidadas de BRICs há dois anos pelo banco Goldman Sachs, o Brasil está perdendo terreno, segundo o editorial. "Mesmo que uma combinação de preços elevados das commodities e a abundante liquidez externa criem as melhores condições externas pelo menos nos últimos 50 anos, o Brasil vai crescer neste ano apenas cerca de 3%." Segundo o jornal, os superávits comerciais e em conta corrente do Brasil impressionam, além do controle inflacionário e fiscal, mas o nível de investimento público é irrisório. O jornal observa que os juros elevados, o escândalo de corrupção e as dúvidas sobre o futuro da política econômica após as eleições de 2006 estão freando investimentos diretos. "Nos círculos dos negócios, há uma intensa conversa de desindustrialização", diz o texto. O jornal defende a implementação de reforma tributária para tirar peso "das costas" das empresas. No curto prazo, o BC deveria ser mais agressivo na sua política monetária. "Isso também ajudaria colocar pressão sobre a moeda, permitindo aos exportadores manter seus ganhos em dólares por um longo período, ao invés de ter de vendê-los imediatamente."

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