O Estado de S Paulo
O lucro de R$ 10,1 bilhões obtido pelo Banco do Brasil no ano passado não foi notável apenas por ter sido obtido num ano de profunda crise financeira, em que foi prejudicado o crédito, a principal fonte de renda dos bancos globais. Foi notável, também, por ter sido recorde histórico e por ter sido o maior de todos os bancos brasileiros, incluídos aí os maiores bancos privados que, em anos anteriores, bateram o Banco do Brasil nesse quesito.
Não se pode argumentar que esse resultado se deve apenas às condições privilegiadas com que operam os bancos estatais. Eles, especialmente o Banco do Brasil, de fato detêm as principais contas da administração pública, trabalham em bases cativas com as contas correntes dos funcionários públicos ativos e aposentados e ainda contam com linhas oficiais de crédito sobre as quais não têm de recolher depósitos compulsórios. Essa situação privilegiada sempre ocorreu e, no entanto, até agora não havia levado o Banco do Brasil a obter lucros tão impressionantes quanto os apresentados agora.
Também não tem cabimento afirmar que, em boa parte, esse resultado deva ser visto como pirotecnia contábil destinada a preparar o terreno para a subscrição recorde de capital da empresa aqui e no exterior, tal como projetada pela diretoria e pelo governo federal.
A avaliação do desempenho do Banco tem de ser procurada em outros fatores.
O primeiro deles foi acertadamente festejado pelo governo federal e pela diretoria do próprio Banco do Brasil. Foi ter feito a escolha certa num momento adverso, no auge da crise. Em vez de se agachar defensivamente, como aparentemente pretendia a diretoria anterior, a instituição respondeu à altura à política anticíclica determinada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e assumiu postura agressiva de atendimento ao mercado interno. Atirou-se ao crédito, ao aumento de participação no mercado, na contramão da postura defensiva assumida pelos bancos privados. Esse resultado não é outro senão o efeito da maior agilidade e da determinação em proporção adequada assumida ao longo do ano passado.
A segunda observação que tem de ser feita é a de que esse superlucro é também consequência da cobrança de spreads (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e seu retorno nas operações ativas), juros e tarifas escorchantes cobradas dos seus clientes. Nisso, o Banco do Brasil pouco ou quase nada se diferencia dos outros bancos brasileiros, que até agora não têm contribuído suficientemente para a derrubada de um dos principais componentes do custo Brasil, que é o elevado custo financeiro.
O sistema bancário nacional opera em bases oligopolísticas e impõe a seus clientes preços inteiramente fora dos padrões internacionais, mesmo levando-se em conta o histórico e as peculiaridades do mercado financeiro interno. E isso vale tanto para os bancos privados quanto para os bancos oficiais.
Isso significa que os bancos oficiais ainda têm um longo caminho para avançar de maneira a desempenhar uma de suas principais funções, que é estabelecer um ambiente de sadia competitividade no mercado.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2010
(1998)
-
▼
fevereiro
(171)
- No afã de ‘justificar’ Cuba, Lula ‘esquece’ Honduras-
- A morte de Zapata e a omissão de Lula
- Apoiar assassinos, e não ter remorsos
- Celso Ming - Lições da austeridade
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ La amenaza de un virtual cier...
- MARIANO GRONDONA El día en que todos nombraron al ...
- Miriam Leitão Refúgio dos ricos
- Rubens Ricupero Paz perpétua
- Ferreira Gullar Pega mal
- MERVAL PEREIRA Palpite infeliz
- SERGIO FAUSTO Basta ter olhos para ver
- SUELY CALDAS Estatais? Para que?
- JANIO DE FREITAS Cuba e seus amigos
- DANUZA LEÃO O melhor dos mundos
- CLÓVIS ROSSI Ladeira acima
- JOÃO UBALDO RIBEIRO Tempos modernos
- GAUDÊNCIO TORQUATO Os eixos da identidade de Dilma
- Celso Ming - O lucro do Banco do Brasil
- Merval Pereira Temores
- EDITORIAL - O GLOBO Tática de ocas
- VILAS-BÔAS CORRÊA - COISAS DA POLÍTICA Lula pisou ...
- CLÓVIS ROSSI Cuba, sonho que virou pesadelo
- MERVAL PEREIRA Temores
- MÍRIAM LEITÃO Gregos e nós
- O roteiro final do mensalão
- Reinaldo Azevedo: NOTA DE PIMENTEL É DESASTRADA.
- MÍRIAM LEITÃO Ilha presídio
- CELSO MING Reinício do aperto
- Banda turva-EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO
- JOÃO MELLÃO NETO- QUEM TEM MEDO DOS POPULISTAS?
- Duas faces-EDITORIAL de O GLOBO
- Do lado dos perpetradores - Editorial de O ESTADO ...
- "Lost" Fernando de Barros e Silva
- Os meios e as mensagens-Nelson Motta
- Acordo Brasil-Irã-Merval Pereira
- Modelo démodé Míriam Leitão
- Mexer no coração Merval Pereira
- CELSO MING Vespas sem ferrão
- FABIO GIAMBIAGI O atraso argentino
- LUIZ FELIPE LAMPREIA A casca de banana do outro la...
- ALBERTO TAMER OMC, em risco, admite: Doha acabou
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Novos cotistas
- ARNALDO JABOR RAUL CASTRO CULPA OS AMERICANOS PEL...
- Como vocês já devem saber, morreu o preso político...
- AUGUSTO NUNES
- Equívocos da banda larga Editorial de O Estado de ...
- Falta César Celso Ming
- O caldo volta a engrossar VINICIUS TORRES FREIRE
- Internet aberta:: Melchiades Filho
- Dirceubrás: Fernando de Barros e Silva
- Cautela suprema- Merval Pereira
- Reinaldo Azevedo-EIS AÍ, BRANQUELOS! FAÇAM BOM PRO...
- Josef Barat* -Flertando com o passado?
- RODRIGO ALVARES Petistas da Saúde temem confronto ...
- A misteriosa sacolinha brasileira de Madonna-Monic...
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Quem sabe comprar um com...
- “Metástase institucional” Denise Rothenburg
- FERNANDO DE BARROS E SILVA Mensalão, raça, catarse
- Não parece. Mas Lula garante que há uma universida...
- AUGUSTO NUNES-CELSO ARNALDO DÁ UM RASANTE NA PISTA...
- Nada de novo no front petista-Lucia Hipolito
- JOÃO UBALDO RIBEIRO Tudo bem, é verdade, confesso.
- Yoshiaki Nakano-A grande transformação social
- Celso Lafer-Nabuco e a governabilidade
- FERREIRA GULLAR As muitas caras de Da Vinci
- MERVAL PEREIRA O lulismo e o petismo
- SUELY CALDAS Lula, Dilma e suas diferenças...
- DANUZA LEÃO É sempre ao contrário
- GAUDÊNCIO TORQUATO O último samba de Brasília
- CELSO MING E quem regula o Estado?
- Celso Ming -Beliscada nos juros
- AUGUSTO NUNES sobre entrevista de Lula ao Estadão
- CLÓVIS ROSSI Licença para queimar a casa (a sua)
- FERNANDO DE BARROS E SILVA "A mulher do Lula"
- MERVAL PEREIRA Queda de braço
- MERVAL PEREIRA Medo da intervenção
- CELSO MING Bendita e maldita
- NELSON MOTTA Carnavais, fantasias e desastres
- FERNANDO DE BARROS E SILVA ESQUERDA FESTIVA
- LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Todos os olhos na e...
- REINALDO AZEVEDO:
- A Serra o que é de Serra Roberto Macedo
- MERVAL PEREIRA O fim da picada
- ROLF KUNTZ Gargalos e tropeços
- DEMÉTRIO MAGNOLI Fora da lei
- ALBERTO TAMER Obama nem quer falar mais com os eur...
- CELSO MING Metamorfose
- Roberto Romano: “Segredo e censura, irmãos siameses”
- ROBERTO Da MATTA A sina da coluna: fim de festa
- Ainda os efeitos da crise bancária- Luiz Carlos Me...
- AUGUSTO NUNES-AGORA QUE O CARNAVAL PASSOU, É HORA ...
- JOSÉ NÊUMANNE Arbítrio balança o berço da impunidade
- FERNANDO DE BARROS E SILVA Meirelles na manga
- CELSO MING O euro sem chão
- MERVAL PEREIRA Folia eleitoral
- O caixa automático e o especulador -VINICIUS TORRE...
- CELSO MING Decreto não muda o juro
- Classe média à vista-Wilson Figueiredo
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG Os Estados Unidos saindo...
- Joseph Siglitz - Liderança, com algemas
-
▼
fevereiro
(171)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA