FOLHA DE SÃO PAULO - 12/02/10
Tive uma ideia genial: que tal usar a Coca-Cola como símbolo do imperialismo norte-americano?
SE INVENTASSEM o dia de 72 horas, quem sabe eu não passasse a me interessar por assuntos que necessitam de um certo preparo estomacal para serem abordados? Mas, limitado como se encontra em parcas 24 horas, e considerando que a eternidade é longa e que vou passar muito tempo morta, o dia não me deixa alternativas senão ignorar solenemente tudo o que diz o assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais.
Aprendi a não prestar atenção em Marco Aurélio Garcia porque, por mais que simpatize com sua figura de bichinho peludo da floresta, sei que ouvi-lo ou até mesmo parar para perceber sua existência significa jogar pela janela momentos preciosos do tempo que ainda me resta neste mundão de meu Deus.
Juro que não fui atrás do que o assessor especial do presidente falou em debate na sede do PT. Se já não ligo para o que ele faz no governo, que dirá do meu interesse pelo que diz quando está entre os seus? Mas como sou brasileira e não aprendo nunca, uma kombi carregada de contradições prestes a tombar na curva, sinto-me obrigada a comentar suas ilações.
Ignorando a existência do "Xou da Xuxa" e do programa da Sônia Abrão, o petista disse aos seus correligionários que "Quase tão importante quanto a 4ª Frota (da Marinha americana) são os canais de TV a cabo que nós recebemos aqui. Eles realizam, de forma indolor, um processo de dominação muito eficiente. Despejam toda essa quantidade de esterco cultural".
Fala a verdade: ainda essa lenga-lenga? Não dava para ter vindo com uma reclamação um pouco menos bolorenta? Alô, Marquito! Acabo de ter uma ideia genial: que tal usar a Coca-Cola como símbolo do imperialismo norte-americano? Puxa! Não é brilhante?
Prosseguiu o professor sobre a "hegemonia cultural dos Estados Unidos": "Estamos vivendo um momento grave do ponto de vista de uma cultura de esquerda. A crise dos valores do chamado socialismo real e a emergência desse lixo cultural nos últimos anos nos deixaram numa situação grave". Sabe que eu não tinha me dado conta de que a cultura de massa e o capitalismo produzem lixo cultural? Aposto que ninguém mais tinha percebido, Deus abençoe o Marco Aurélio!
Pode ser que o lixo cultural deles seja mais atraente do que o nosso, será esse o problema?
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, parece achar que sim e vai tirando a sua lasquinha. Fez questão de receber a diva Beyoncé e convidou para seu camarote na Sapucaí a cantora Madonna, expoente máxima da baixa cultura imperialista, que vai estar ao lado da não menos representativa Paris Hilton como celebridade internacional da vez no Carnaval carioca.
Nesta semana, banqueiros, empresários e até mesmo o governador de São Paulo, José Serra, não resistiram à tentação da "photo op" com Madonna. Ficou todo mundo enlouquecido. Será que a ministra Dilma, também convidada de Cabral na avenida, e para quem Marco Aurélio trabalha coordenando a campanha presidencial, vai se render aos fascínios dessa poderosa bomba de esterco dos Estados Unidos?
Entrevista:O Estado inteligente
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