Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, dezembro 15, 2006

NELSON MOTTA

NELSON MOTTA

RIO DE JANEIRO - Em que lugar do mundo juízes, que são pagos pelos cidadãos para aplicar a lei, a desrespeitam, em causa própria, aumentando seus salários? Dica: onde policiais assaltam, seqüestram e extorquem.
Onde é que controladores de vôo controlam o país, e o ex-controlador-geral, descontrolado, conta lorotas e diz que a solução é rezar? Com um ministro da Defesa desses, não se precisa de ataque.
Em que país o horário eleitoral "gratuito" custa R$ 191 milhões ao contribuinte e os políticos ainda querem o "financiamento público" das campanhas, o caixa três? Só pode ser onde partidos de aluguel ganham o direito de continuar sugando verbas públicas, fundos partidários e horários em rede nacional de televisão.
Em que nação mentir num tribunal, sob juramento, prestar falso testemunho e cometer perjúrio não são crimes nem contravenções, mas a norma? Uma pista: é onde o Supremo Tribunal Federal jamais em sua história condenou um parlamentar sequer, onde até Collor foi absolvido.
Em que país um homem flagrado com uma mala num hotel, onde "aloprados" seriam presos com uma bolada, diz que dentro dela só havia panfletos e boletos de campanha? Onde o marido assassino jura que a mulher caiu em cima da faca.
E em que cantinho da Terra a imprensa que depende visceralmente da publicidade de governos e estatais se chama de "independente"? Onde paladinos da liberdade de imprensa defendem a lei da Junta Militar de 1969, que criou o diploma obrigatório para jornalistas para melhor controlá-los. Justamente onde fábricas de diplomas e sindicatos prosperam -enquanto os blogs e sites os ignoram e explodem livres na internet, sem licença, sem pedágio e sem controle. A pergunta é: em que século vive essa gente?

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