Entrevista:O Estado inteligente

domingo, dezembro 17, 2006

Lula, o milagreiro: já há quem preveja apenas 2,5% de crescimento neste ano


Vocês se lembram, não? Há tempos tenho insistido aqui que o crescimento do Brasil, neste ano, será de 2,7%. Desde que quando o proparoxítono Mantega afirmava que iria ser de 4%. Bem, o governo já admite 3%, e o mercado fala em 2,8%. Acabo de conversar com quem entende do riscado. Considerando-se os dados da indústria, o índice de 2,7% passou a ser o teto, a aposta mais otimista. A realista mesmo agora é de 2,5%. Só para vocês terem uma idéia de como a técnica é importante no Brasil para se antecipar aos problemas, em agosto, o Ipea ainda previa um crescimento de 3,6%!!! Agosto... Há miseráveis quatro meses. Sacaram? O Brasil não consegue se organizar para andar um quarteirão, mas Lula agora vem com planos mirabolantes para “destravar” a economia. Volto aos números. Vejam os índices de crescimento do primeiro mandato de FHC, marcado por crises externas:
1995 - 4,22%
1996 - 2,66%
1997 - 3,27%
1998 - 0,13%
Média do crescimento: 2,57%

Lula, que faz o governo como nunca se viu antes no mundo mundial, produziu até agora:
2003 – 0,5%
2004 – 4,9%
2005 – 2,3%
Se o crescimento neste ano ficar nos 2,7%, a média em quatro será de 2,6% — ou 0,03 ponto percentual acima de seu arqui-rival. Caso se confirmem os 2,5%, a média será de 2,55%, ou 0,02 ponto percentual abaixo de FHC. Tudo praticamente igual? Não!!! Tudo muito pior para Lula, cujo governo coincide com um ciclo inédito de expansão e calmaria da economia mundial. Ainda que o padrão de comparação fosse o segundo mandato do ex-presidente — que, além das crises externas, contou o apagão (2001) e o risco PT (2002)—, o confronto seria vexaminoso para o petista:
1999 - 0,79%
2000 - 4,36%
2001 - 1,31%
2002 - 1,93%
Média do crescimento: 2,09%

Imaginem só: em 2002, o risco país era nove vezes maior do que o atual, e o Brasil exportava a metade. Com tudo a seu favor, o petista corre o risco de produzir uma média de crescimento apenas 0,46 ponto percentual maior do que a do pior mandato de FHC, quando as crises externas e o PT jogavam francamente contra o Brasil.
Por Reinaldo Azevedo

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