Entrevista:O Estado inteligente

sábado, dezembro 09, 2006

Encontrado túmulo que pode ser de São Paulo

O santo sob o altar

Arqueólogos localizam um sarcófago que
pode conter os restos mortais de São Paulo

O apóstolo Paulo, ao que tudo indica, nunca conheceu Jesus de Nazaré, mas dedicou a vida a peregrinar pelo Império Romano proclamando-o como o Cristo salvador. São Paulo foi o grande divulgador do cristianismo, um dos maiores responsáveis por transformar uma seita de messiânicos na religião que alteraria os rumos da civilização ocidental. A partir de agora, os cristãos têm mais um motivo para celebrar a glória de São Paulo. Na semana passada, uma equipe de arqueólogos do Vaticano desenterrou um sarcófago que, acredita-se, contém seus restos mortais. O caixão, feito de mármore e com a inscrição "Paulo Apóstolo e Mártir" em latim, permanecia sob a Basílica de São Paulo, em Roma, no terreno onde duas outras igrejas dedicadas ao santo foram erguidas ao longo da história. No início do século XIX, durante a construção da basílica atual, a cripta que guardava o sarcófago foi coberta de terra e, sobre ela, ergueu-se o altar da nova igreja. "Tínhamos quase certeza de que o sarcófago estava enterrado sob o altar da basílica", diz Giorgio Filippi, chefe da equipe de arqueólogos, cujos trabalhos de escavação levaram quatro anos.

O sarcófago de São Paulo, que morreu no ano 67, foi lapidado por volta do ano 390, por ordem do imperador Teodósio, que consagrou o catolicismo como a religião oficial do Império Romano. Para abrigar o caixão de mármore, o imperador também mandou construir a segunda basílica de São Paulo, destruída posteriormente num incêndio. Agora, a Igreja vai decidir se o sarcófago será aberto para que se possa analisar seu interior e, possivelmente, confirmar se os restos mortais são do apóstolo Paulo. Foi o que aconteceu no caso da tumba de São Pedro, descoberta em 1941 na basílica que o homenageia, em Roma. A Igreja levou 35 anos até reconhecer a autenticidade dos restos mortais de São Pedro, num documento assinado pelo papa Paulo VI, em 1976. Caso o sarcófago de São Paulo seja aberto, é provável que a Igreja demore o mesmo período para consagrá-lo como legítimo. Para os católicos, será mais um motivo para visitar a basílica romana e, diante da tumba do apóstolo incansável, renovar sua fé.

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