Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Eliane Cantanhede - Quero minha mãe!




Folha de S. Paulo
8/12/2006

Avança-se nas coisas erradas, recua-se nas coisas certas. Ou será só impressão? A ver.
O Supremo Tribunal Federal derrubou ontem a cláusula de barreira, comemorada de Norte a Sul (menos pelos interessados) como uma boa tentativa para dar um mínimo de ordem à bagunça partidária. Voltou tudo atrás.
E as férias duplas dos juízes? A reforma do Judiciário derrubou, o Conselho Nacional de Justiça (que é para moralizar...) recriou, e o Supremo teve de derrubar de novo. Ao mesmo tempo, o Judiciário discute com rara energia como burlar legalmente (?!) o teto salarial do... próprio Judiciário.
No Congresso, a comemoração é outra: escapou de boa o último dos mensaleiros, deputado José Janene, chamado ontem pelo "Correio Braziliense" de "colecionador de imóveis e processos".
No governo, Lula fez e aconteceu para unir e atrair o PMDB para sua base de apoio, mas toda ela, todinha, não foi capaz de eleger o candidato governista, Paulo Delgado (PT-MG), para uma vaga no TCU.
ACM liderou a oposição. Ganhou o carlista Aroldo Cedraz (PFL-BA). E vem mais: Lula manda avisar por terceiros que prefere manter Aldo Rebelo na presidência da Câmara, mas o PT lança Arlindo Chinaglia, e o PMDB está alvoroçado para ter candidato próprio. Os Severinos que se ponham em campo.
No meio de tudo isso, esse vai-não-vai do governo na crise aérea, enquanto os passageiros não vão a lugar nenhum. Mofam em aeroportos, perdem transplantes literalmente vitais, negócios, casamentos, encontros com seus filhos.
E, desta última vez, por causa de um erro aparentemente banal, um técnico de manutenção teria, por inépcia, descuido ou sabe-se lá por que intenções, causado uma pane geral no sistema de controle aéreo. É ou não de chorar?
PS - E o novo apagão, anote aí, será nos celulares. Chamem a Anatel!

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