Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Cesar Maia PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO !



01. Estudos da MCM para um período de 20 anos mostraram que a produtividade no Brasil cresceu abaixo da média mundial, dos EUA ou dos emergentes. Com a produtividade crescendo a taxas baixas -e, portanto tornando mais rígidos os custos unitários dos bens e serviços-a estabilidade monetária exige políticas -fiscal e monetária-mais severas, e como conseqüência menos espaço ao crescimento econômico.

02. E por que isso ocorre no Brasil ? Em primeiro lugar pelo que esse Ex-Blog já comentou quanto a insegurança jurídica. Vive-se num mundo em que a incorporação de tecnologia exige a mobilização de mais recursos e -em função do fator inovação como base da concorrência- mais risco. A insegurança jurídica é um indicador de instituições ainda frágeis o que torna o futuro ainda mais incerto para os investidores.

03. Supondo como dada a insegurança jurídica e a fragilidade das instituições, que outros elementos agravam esse processo ?

04. O primeiro deles é a própria carga tributária -a maior do mundo se cruzada com a renda média do brasileiro. A esse nível a carga tributária cria uma vantagem comparativa em sonegar ou elidir. Quanto mais impessoal for uma empresa -e assim são os grandes grupos econômicos - menor a margem para sonegação. Ao contrário, maior a margem para a sonegação. No primeiro caso estão os setores de mais alta produtividade. No segundo os de menor produtividade. Desta forma se a taxa de crescimento no segundo caso, seja por sonegação ou informalidade, é maior, a taxa média de produtividade da economia não cresce o suficiente.

05. A política fiscal no Brasil, prioriza os gastos assistenciais, ( que já vão a uns 20 bilhões de reais ou mais), contra os investimentos em infra-estrutura. Os gastos assistenciais se dirigem a setores intensivos em mão de obra. Ao contrário, a ampliação e melhoria da infra-estrutura econômica,( estradas, portos, ferrovias, aeroportos,.....), se dirige a setores que diretamente ou indiretamente,( os que reduzem seu custo externo por isso), incorporam muito mais tecnologia. Outra vez se aponta para uma taxa média de produtividade estagnada ou com crescimento ínfimo.

06. Uma empresa de um importante grupo econômico estar listada na dívida ativa dos governos implica levá-la ao questionamento dos gestores por seus acionistas ou representantes na direção do grupo econômico a que pertença. Do outro lado o jogo de empresas que apostam na lentidão da justiça e numa tão eventual como provável lei de anistia, ou na menor capacidade dos governos de litigar, só pode ocorrer em empresas de baixa incorporação de tecnologia pelas mesmas razões citadas atrás.

07. Esses são apenas alguns exemplos que mostram que se não bastassem os elementos de origem,( insegurança jurídica,..), a forma de funcionamento da economia brasileira aponta na mesma direção. E com o governo Lula muito mais, na medida que exacerbou o gasto assistencial, ampliou a carga tributária, desinvestiu em infra-estrutura e abandonou -sem exceção- a idéia de privatização, o que levaria a incorporação de muito mais tecnologia, como no caso exemplar das telecomunicações.

08. Esse é o governo Lula: a garantia de que -no máximo-teremos um vôo de galinha num certo ano e que a média de crescimento da economia no final dos quatro anos, pouco, (ou nada), ultrapassará o crescimento da força de trabalho. Ou seja: depois de mais quatro anos de Lula, o PIB por trabalhador estará praticamente igual.


Arquivo do blog