É o que indica uma comparação feita com base em dados compilados pela revista Economist
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LONDRES - O crescimento da economia brasileira no segundo trimestre de 2006 deixa o Brasil na posição de país com o pior desempenho entre os 28 que já divulgaram esses resultados, indica uma comparação feita com base em dados compilados pela revista Economist.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 1,2% no segundo trimestre de 2006, quando comparado ao mesmo período de 2005. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, o resultado foi mais baixo, de 0,5%.
A Economist reúne dados de emergentes - categoria na qual o crescimento, geralmente, é mais elevado -, mas também de países desenvolvidos, que costumam apresentar taxas de evolução do PIB mais baixas por causa do tamanho de suas economias.
Para Justine Thody, chefe do grupo de analistas de América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), com o resultado desta quinta-feira, o crescimento que a consultoria está projetando para o Brasil neste ano, de 3,4%, parece mais difícil de ser atingido.
Para o ano de 2006, o governo brasileiro prevê crescimento entre 4% e 4,5%. Analistas, no entanto, fazem, como a EIU, projeções mais modestas, e muitos já começam a rever para baixo suas previsões.
"O resultado do segundo semestre é, especialmente, decepcionante porque esperava-se que o ciclo de afrouxamente monetário iniciado em setembro de 2005 galvanizasse investimentos", disse Thody.
Ela explica que são exatamente as baixas taxas de investimento no Brasil que estão por trás do desempenho mais fraco do país em relação aos emergentes.
Entre os 27 países considerados emergentes (de acordo com a lista da revista Economist), 13, incluindo o Brasil, já divulgaram o resultado do segundo trimestre.
A África do Sul, com crescimento de 3,6% no período, é o país que está mais perto do fraco crescimento brasileiro. Ainda assim, o resultado da economia sul-africana é mais do que duas vezes superior ao da economia brasileira. A Hungria também teve crescimento de 3,6% no período