Entrevista:O Estado inteligente

sábado, dezembro 13, 2008

VEJA Recomenda


DISCOS

Fotos Leonardo Costa e Pedro Rubens
Ney Matogrosso
Com ou sem plumas e paetês, sempre um artista inquieto


CAMALEÃO, Ney Matogrosso (Universal)
Ney Matogrosso, que em 2008 completou 35 anos de carreira, sempre se pautou pela inquietude. Nos anos 70, desafiou a censura ao se apresentar com trajes mínimos. Na década seguinte, lançou músicas de estrondoso apelo popular (Homem com H, Por Debaixo dos Panos). Mais tarde, de cara limpa e sem as plumas e os paetês que faziam parte de seu vestuário, mostrou sua inegável qualidade de intérprete cantando MPB ao lado do violonista carioca Raphael Rabello. Todas essas fases marcam presença em Camaleão, caixa que contém dezesseis CDs, lançados entre 1975 e 1991, e um disco de raridades. Muitos desses álbuns estavam fora de catálogo e eram vendidos em sebos por uma pequena fortuna.

Divulgação
The Killers
Banda americana com sonoridade britânica


DAY & AGE, The Killers (Universal)

• O Killers só é americano por um capricho geográfico. A sonoridade do grupo liderado pelo vocalista Brandon Flowers vem do pop rock inglês do U2 e do Pet Shop Boys. Essa influência esteve presente em Hot Fuss (2004), CD de estréia do quarteto, e foi trocada por uma sonoridade mais próxima da do country rock no disco seguinte, Sam’s Town (2006). Day & Age marca o retorno do Killers à Inglaterra. A começar pelo primeiro single do álbum, Human, que parece ter sido roubado do repertório do duo pop gay Erasure. O resto do disco, com a produção de Stuart Price (que trabalhou no ótimo Confessions on a Dance Floor, de Madonna), vai de músicas inspiradas no Roxy Music (Losing Touch) a uma tentativa de fazer bossa nova (I Can’t Stay).

LIVROS


Divulgação
Natsume Soseki
Personagens desiludidos com o Japão – e com a humanidade em geral

CORAÇÃO, de Natsume Soseki (tradução de Junko Ota; Globo; 280 páginas; 30 reais)

Pioneiro da literatura moderna japonesa, Soseki (1867-1916) – também autor de Eu Sou um Gato – nasceu pouco antes da Restauração Meiji, que abriu o Japão para o mundo depois de séculos de isolacionismo feudal. Seus personagens intelectuais geralmente se vêem divididos entre as tradições antigas que começam a perder o sentido e a adesão cosmética aos valores ocidentais. Publicado em 1914, Coração fala da relação entre um jovem e um personagem que ele chama somente de "professor" – um homem recluso e cético. As razões da desilusão do professor com a humanidade – e consigo mesmo – vão se desenhando no decorrer da narrativa, em uma sutil exploração da psicologia inconformista. Leia trecho.


DICTA & CONTRADICTA 2 (Instituto de Formação e Educação; 218 páginas; 22,50 reais)

Dicta & Contradicta chega ao segundo número depois de ter vendido quase 2 000 exemplares na sua estréia – marca respeitável para uma revista de ensaios de fôlego sobre humanidades. O novo número traz uma entrevista com o maestro Roberto Minczuk, que fala, entre outros temas, de seu ouvido absoluto e da relação entre Deus e a música. Além de ensaios sobre a literatura de Machado de Assis e a pintura de Edgar Degas, a revista abre espaço para a ficção, com contos do sueco Stig Dagerman e do brasileiro Bernardo Ajzenberg, e para a poesia, com uma tradução do poeta americano Wallace Stevens.

DVD

DON GIOVANNI (França/ Itália/Inglaterra/Alemanha, 1979. Versátil)

• Dirigida pelo americano Joseph Losey, esta adaptação da ópera de Mozart é extraordinária. Don Giovanni destaca-se não apenas pelo elenco estelar – a regência é de Lorin Maazel, o protagonista é interpretado pelo estupendo Ruggero Raimondi e Kiri Te Kanawa representa Donna Elvira – mas também pela concepção de Losey. O diretor levou a ópera da sala de concertos para a rua, filmando-a em Veneza e Vicenza. Raimondi e Kiri estão na medida certa, sem abusar dos gestos largos e da teatralidade. O DVD da Versátil traz um disco-bônus, com um documentário sobre como o filme foi restaurado.

Cinemateca VEJA

• Margo (Bette Davis), estrela do teatro que começa a dar sinais de declínio, baixa sua guarda de ceticismo e contrata como camareira Eve (Anne Baxter), uma fã que a admira ardorosamente. Eve, porém, apenas finge ser uma moça simples e submissa: o que ela quer é não apenas aprender tudo o que Margo teria a ensinar, como tomar seu lugar. Escrito e dirigido por Joseph L. Mankiewicz com o zelo que se dedica a uma peça de relojoaria, A Malvada, que a Cinemateca VEJA lança neste sábado no país (menos nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro), é um filme tão sábio quanto ferino. E a disputa entre as atrizes é um desses duelos antológicos, daqueles em que se sabe que só uma pessoa sobreviverá.

• Em São Paulo e no Rio de Janeiro, nesta semana: Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder, sempre eleita com justiça a melhor comédia de todos os tempos.

Como comprar a Cinemateca VEJA

Em bancas, livrarias e redes de supermercados, a 13,90 reais o exemplar avulso. Para assinar, ligue 3347-2179 (Grande São Paulo) ou 0800-775-2979 (outras localidades), de segunda a sexta-feira, das 8 às 22 horas. Pela internet, acesse www.assineabril.com

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