Entrevista:O Estado inteligente

sábado, dezembro 06, 2008

VEJA Carta ao Leitor

Um dia de cada vez
Lailson Santos
UMA NOVA FÁBRICA
É assim que Cerutti, da Magneti Marelli, vai recepcionar a crise econômica em 2009

A crise econômica que ruge lá fora com ecos aqui dentro é séria, vai exigir sacrifícios de todos em 2009 e manda a prudência que as pessoas, as empresas e os governos se preparem para minimizar seus efeitos. Mas entre as medidas preventivas não precisa estar o sofrimento antecipado. Não é o caso nem a hora de fazer bravata, porém vale a pena lembrar a famosa frase do Júlio César de Shakespeare: "Os covardes morrem várias vezes antes de sua morte, mas os corajosos experimentam-na apenas uma vez". Está-se dando como certo que tudo dará errado no próximo ano. No entanto, são muitas as razões, se não para otimismo, pelo menos para um saudável realismo.

Primeiro, se os analistas foram tímidos em prever as dimensões do desastre financeiro que de Wall Street se espalhou pelo mundo, muitos deles podem agora estar tentando compensar a falha inicial com previsões ainda mais sombrias do que aquelas que os dados desenham. Segundo, nunca houve na história econômica uma reação anticrise tão vigorosa, rápida, global e coordenada como a que está em curso no mundo ocidental neste momento. Terceiro, a toda desaceleração da economia se segue um período de recuperação – e desta vez não será diferente. Quarto, e mais relevante, os países emergentes, entre eles em especial o Brasil, têm ainda a chance de ser os últimos a sofrer fortemente os efeitos da crise e os primeiros a sair dela.

Uma reportagem desta edição de VEJA mostra que o dinamismo da economia brasileira, as medidas adequadas tomadas pelo governo até agora e o espírito empreendedor do empresário brasileiro estão se combinando de maneira inédita para tentar espantar a crise. A despeito das demissões anunciadas e de outras previstas, boa parte das grandes empresas está mantendo seus planos de investimento para 2009. "De dezesseis países onde atuamos, é justamente no Brasil que o mercado tem o maior potencial", disse ao repórter Marcos Todeschini, de VEJA, o empresário italiano Virgilio Cerutti, que dirige a filial brasileira da Magneti Marelli, a líder mundial na fabricação de sistemas de injeção eletrônica e amortecedores. Cerutti adiantou que avançam normalmente os planos de abrir uma nova fábrica no Brasil em 2009. Existe exemplo melhor de que é inútil sofrer antes da hora?

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