Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, maio 10, 2005

CLÓVIS ROSSI:A boquinha comprovada

SÃO PAULO - Ainda há petistas que ficam enfurecidos quando o PT é chamado de "partido da boquinha", designação que lhes foi sapecada por Anthony Garotinho ainda antes de que Luiz Inácio Lula da Silva e os seus chegassem ao poder.
Mas qual outro nome pode dar-se a um partido cujo governo cria quase 20 mil cargos por medida provisória, sendo 3.305 sem concurso?
Três mil e trezentos cargos sem concurso é uma baita festa para amigos e correligionários. É um tremendo "cala boca". Fica mais fácil de entender por que há tão pouca reação no PT à guinada total dada por Lula desde que chegou ao poder.
Fica aí meia dúzia de petistas, logo desprezados pelo pensamento dominante, como "radicais", esbravejando e pedindo um mínimo de coerência. Coitados, não dispõem da caneta para criar, por MP, 700 novos cargos por mês.
Informa Fábio Zanini, nesta Folha, que o número de servidores na ativa aumentou 9,16% nos dois primeiros anos da gestão Lula. Nada contra ter mais servidores públicos, desde que eles de fato sirvam ao público.
Você aí notou alguma melhoria no serviço público com esse acréscimo de funcionários?
A maior parte deles, informa ainda Zanini, foi para órgãos relacionados à segurança pública e à Previdência. Ótimo. São de fato duas áreas carentes. Mas, de novo, você aí notou alguma melhora, levinha que fosse, na segurança? Ou você aí, aposentado, passou a ser mais bem tratado? As filas para atendê-lo diminuíram?
O pior é que o PT desmoraliza, com esse tipo de comportamento, a real necessidade de aperfeiçoar o serviço público, inclusive com mais contratações se e quando for o caso.
Reforça o estigma de que o Estado é para os amigos e os compadres, e não para o público.
folha de s.paulo

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