Veja
Simples e gracioso
Em O Contador de Histórias, o caso de um
pivete sem salvação que acabou sendo salvo
Isabela Boscov
Divulgação |
À PRIMEIRA VISTA Mendes e Maria: tateante, mas feito com largueza de espírito |
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Ramos não começou como menor infrator; caçula dos dez filhos de uma lavadeira, foi deixado pela mãe na Febem aos 6 anos, porque ela acreditou que ele ali teria roupa, comida e instrução. Todos os seus problemas decorreram da internação nesses medonhos depósitos de crianças. MasContador não é um filme "de tese" - e poderia muito bem ter abandonado as tentativas tímidas de sociologizar a trajetória de Ramos. A força considerável do trabalho do diretor Luiz Villaça vem da veia oposta: está na fabulização desse caso de amor materno à primeira vista, na maneira como dá espaço a atores dedicados (a portuguesa Maria de Medeiros e os meninos Marco Antonio Ribeiro e Paulo Henrique Mendes, que fazem Ramos aos 6 e aos 13 anos, são cativantes) e na graciosidade das soluções visuais que aplica a uma história que é, na essência, uma desgraceira. Vindo do teatro e da TV, Villaça, é verdade, às vezes se mostra tateante. Mas, a despeito de suas irregularidades, Contador conquista porque traz impresso em si o encanto do diretor com os personagens, e porque transpira a largueza de espírito com que foi feito.
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