Entrevista:O Estado inteligente

sábado, dezembro 06, 2008

Radar Lauro Jardim



ljardim@abril.com.br

Um desvio de 7 milhões de reais

Roberto Jefferson foi chamado na terça-feira a Brasília pelo Ministério Público. Assunto: um desvio de 7 milhões de reais nas contas do PTB, presidido por ele. Os promotores descobriram que a fundação do PTB desviou o dinheiro, que deveria ser gasto com pesquisas acadêmicas, para a compra de passagens e outras estripulias. Fizeram, então, uma proposta: se o dinheiro, proveniente do fundo partidário, fosse devolvido, o MP não entraria com uma ação contra o partido. Jefferson disse "não". Alegou que a devolução quebraria o PTB. Os promotores, singelamente, avisaram: voltam a se ver nos tribunais.

Governo

Celso Junior/AE
Nas nuvens
Lula: quando a crise atingirá sua popularidade?

O teste da crise
Nos próximos quinze dias serão divulgadas duas pesquisas medindo a popularidade de Lula – a CNI/Ibope e a CNT/Sensus. Devem repetir o recorde de aprovação, revelado pelo Datafolha, na sexta-feira. Será que a crise nunca atingirá o presidente? Quem entende do riscado lembra duas coisas importantes. A primeira é que realmente alguns chefes de estado crescem na crise, como Gordon Brown, por exemplo. Mas o mais provável é que a crise só pegue Lula a partir do fim do primeiro trimestre, quando seus efeitos estiverem latejando.

Brasil

O fim dos privilégios... mas nem todos
Você sabia que, além daqueles que têm curso superior, a lei determina que padres, pastores e os condecorados com comendas do governo tenham direito a prisão especial? Esses privilégios podem estar com os dias contados. Demóstenes Torres, o relator do projeto que estabelece novas regras para prisões preventivas, vai propor o fim da prisão especial para esses casos. O relatório será votado no dia 17 na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Se aprovado, significará o fim da prisão especial? Não. Para militares, presidentes, governadores, prefeitos e parlamentares, nada mudará. Embora, é verdade, no caso de os políticos caírem numa cela comum, o risco de serem linchados não seja desprezível...

Gasolina e câncer de mama
Allan Kardec tomou posse há um mês na diretoria da ANP. Maranhense, recebeu 32 000 reais para fazer sua mudança para o Rio de Janeiro, onde fica a sede da agência. Terá também direito a 2 000 reais de auxílio-moradia. Mas a saudade da terra natal deve estar lhe apertando o peito: em 25 dias no cargo, já viajou três vezes a São Luís, com passagens pagas pela ANP. Ah, já há outro bilhete emitido para o fim de semana que vem para a capital do Maranhão, que ninguém é de ferro. O engenheiro Kardec, que foi indicado para a diretoria de abastecimento da ANP, é uma dessas nomeações tipicamente políticas. Em seu extenso currículo não há nada que o relacione a combustíveis. Aliás, um dos projetos de pesquisa que desenvolvia, antes de virar diretor da ANP, tratava do "desenvolvimento tecnológico em epilepsia, câncer de mama e enfermidades gástricas". Gasolina e úlcera: tudo a ver.

CPI dos Grampos

Os dossiês do Planalto
Na segunda-feira passada, logo depois de subir à tribuna da Câmara para denunciar que servidores da Abin afastados após a Operação Satiagraha estão produzindo dossiês contra deputados da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba ligou para o general Jorge Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Itagiba afirmou ao general que os dossiês estavam sendo feitos dentro do Palácio do Planalto por seus subordinados. Disse Itagiba: "Estou lhe avisando agora para, mais tarde, o senhor não dizer que não sabia".

Economia

A corajosa Camargo Corrêa
Representantes do governo do Equador já se reuniram com a construtora Camargo Corrêa para que a empresa assuma as obras da hidrelétrica Toachi-Pilatón, no norte do país, avaliada em mais de 330 milhões de dólares. Esse era um dos quatro empreendimentos tocados pela Odebrecht que foram interrompidos com a expulsão da empresa do país.

Equador sim, PAC não
Há pouco mais de uma semana, a Camargo desistiu de fazer um trecho das obras do PAC para a transposição do Rio São Francisco, apesar de ter vencido a licitação.

A crise na cozinha
A venda de botijão de gás para residências caiu 5% em novembro em comparação com o mesmo mês no ano passado. À primeira vista, pode parecer uma ninharia diante do tombo registrado em outros setores. Não é. A última queda dessa magnitude deu-se em 2002, quando o governo acabou com o subsídio do GLP e o preço triplicou. Agora, nem subiu.

Cinema

Gustau Nacarino/Reuters

Longe de NY
Allen: Rio de Janeiro, depois de Londres e Barcelona

Um sonho possível
Nos últimos anos, Woody Allen foi obrigado a deixar sua Nova York um pouco de lado (por dificuldade de financiamento para os seus filmes) e foi dirigir em Paris, Londres e Barcelona. Agora, a próxima parada pode ser o Rio de Janeiro. Há três meses, o publicitário Claudio Loureiro, da Heads, propôs ao agente de Allen, Stephen Tenenbaum, bancar um filme do diretor usando o Rio como cenário. Loureiro repetiu o que foi feito pela prefeitura de Barcelona, que patrocinou Vicky Cristina Barcelona para promover a cidade. Qual o objetivo de Loureiro? Vender a imagem do Brasil no exterior a um custo baixo – uns 7 milhões de dólares. Na semana passada, Tenenbaum deu uma resposta positiva. Disse que Allen tem agenda aberta em 2010. As negociações continuam.

Ele está de volta

Celso Junior/AE

No mercado
Arida, um dos pais do Cruzado e do Real: bye, bye, Londres

Depois de quase cinco anos morando em Londres, Persio Arida voltará ao Brasil em janeiro. Meses atrás, ele associou-se a André Esteves para montar o escritório da empresa de investimentos BTG na capital britânica. A nova realidade do mercado financeiro mundial fez Arida repensar os seus planos.

Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Otávio Cabral

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