Um desvio de 7 milhões de reais Roberto Jefferson foi chamado na terça-feira a Brasília pelo Ministério Público. Assunto: um desvio de 7 milhões de reais nas contas do PTB, presidido por ele. Os promotores descobriram que a fundação do PTB desviou o dinheiro, que deveria ser gasto com pesquisas acadêmicas, para a compra de passagens e outras estripulias. Fizeram, então, uma proposta: se o dinheiro, proveniente do fundo partidário, fosse devolvido, o MP não entraria com uma ação contra o partido. Jefferson disse "não". Alegou que a devolução quebraria o PTB. Os promotores, singelamente, avisaram: voltam a se ver nos tribunais. |
Governo
Celso Junior/AE | Nas nuvens Lula: quando a crise atingirá sua popularidade? |
O teste da crise
Nos próximos quinze dias serão divulgadas duas pesquisas medindo a popularidade de Lula – a CNI/Ibope e a CNT/Sensus. Devem repetir o recorde de aprovação, revelado pelo Datafolha, na sexta-feira. Será que a crise nunca atingirá o presidente? Quem entende do riscado lembra duas coisas importantes. A primeira é que realmente alguns chefes de estado crescem na crise, como Gordon Brown, por exemplo. Mas o mais provável é que a crise só pegue Lula a partir do fim do primeiro trimestre, quando seus efeitos estiverem latejando.
Brasil
O fim dos privilégios... mas nem todos
Você sabia que, além daqueles que têm curso superior, a lei determina que padres, pastores e os condecorados com comendas do governo tenham direito a prisão especial? Esses privilégios podem estar com os dias contados. Demóstenes Torres, o relator do projeto que estabelece novas regras para prisões preventivas, vai propor o fim da prisão especial para esses casos. O relatório será votado no dia 17 na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Se aprovado, significará o fim da prisão especial? Não. Para militares, presidentes, governadores, prefeitos e parlamentares, nada mudará. Embora, é verdade, no caso de os políticos caírem numa cela comum, o risco de serem linchados não seja desprezível...
Gasolina e câncer de mama
Allan Kardec tomou posse há um mês na diretoria da ANP. Maranhense, recebeu 32 000 reais para fazer sua mudança para o Rio de Janeiro, onde fica a sede da agência. Terá também direito a 2 000 reais de auxílio-moradia. Mas a saudade da terra natal deve estar lhe apertando o peito: em 25 dias no cargo, já viajou três vezes a São Luís, com passagens pagas pela ANP. Ah, já há outro bilhete emitido para o fim de semana que vem para a capital do Maranhão, que ninguém é de ferro. O engenheiro Kardec, que foi indicado para a diretoria de abastecimento da ANP, é uma dessas nomeações tipicamente políticas. Em seu extenso currículo não há nada que o relacione a combustíveis. Aliás, um dos projetos de pesquisa que desenvolvia, antes de virar diretor da ANP, tratava do "desenvolvimento tecnológico em epilepsia, câncer de mama e enfermidades gástricas". Gasolina e úlcera: tudo a ver.
CPI dos Grampos
Os dossiês do Planalto
Na segunda-feira passada, logo depois de subir à tribuna da Câmara para denunciar que servidores da Abin afastados após a Operação Satiagraha estão produzindo dossiês contra deputados da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba ligou para o general Jorge Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Itagiba afirmou ao general que os dossiês estavam sendo feitos dentro do Palácio do Planalto por seus subordinados. Disse Itagiba: "Estou lhe avisando agora para, mais tarde, o senhor não dizer que não sabia".
Economia
A corajosa Camargo Corrêa
Representantes do governo do Equador já se reuniram com a construtora Camargo Corrêa para que a empresa assuma as obras da hidrelétrica Toachi-Pilatón, no norte do país, avaliada em mais de 330 milhões de dólares. Esse era um dos quatro empreendimentos tocados pela Odebrecht que foram interrompidos com a expulsão da empresa do país.
Equador sim, PAC não
Há pouco mais de uma semana, a Camargo desistiu de fazer um trecho das obras do PAC para a transposição do Rio São Francisco, apesar de ter vencido a licitação.
A crise na cozinha
A venda de botijão de gás para residências caiu 5% em novembro em comparação com o mesmo mês no ano passado. À primeira vista, pode parecer uma ninharia diante do tombo registrado em outros setores. Não é. A última queda dessa magnitude deu-se em 2002, quando o governo acabou com o subsídio do GLP e o preço triplicou. Agora, nem subiu.
Cinema
Gustau Nacarino/Reuters |
Longe de NY |
Um sonho possível
Nos últimos anos, Woody Allen foi obrigado a deixar sua Nova York um pouco de lado (por dificuldade de financiamento para os seus filmes) e foi dirigir em Paris, Londres e Barcelona. Agora, a próxima parada pode ser o Rio de Janeiro. Há três meses, o publicitário Claudio Loureiro, da Heads, propôs ao agente de Allen, Stephen Tenenbaum, bancar um filme do diretor usando o Rio como cenário. Loureiro repetiu o que foi feito pela prefeitura de Barcelona, que patrocinou Vicky Cristina Barcelona para promover a cidade. Qual o objetivo de Loureiro? Vender a imagem do Brasil no exterior a um custo baixo – uns 7 milhões de dólares. Na semana passada, Tenenbaum deu uma resposta positiva. Disse que Allen tem agenda aberta em 2010. As negociações continuam.
Ele está de volta
Depois de quase cinco anos morando em Londres, Persio Arida voltará ao Brasil em janeiro. Meses atrás, ele associou-se a André Esteves para montar o escritório da empresa de investimentos BTG na capital britânica. A nova realidade do mercado financeiro mundial fez Arida repensar os seus planos. |
Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Otávio Cabral