Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Primeiros sinais de dificuldades O Estado de S. Paulo EDITORIAL,

Os dados sobre o emprego industrial no mês de outubro, divulgados pelo IBGE, prenunciam queda de produção nos próximos meses, pois indicam que as indústrias já se preparavam para o recuo da demanda.

O nível de emprego no mês caiu 0,2%, depois de permanecer estável nos dois meses anteriores, setembro e agosto. Portanto, mesmo num mês que costuma ser de pleno emprego, as indústrias foram cautelosas e não aumentaram sua mão-de-obra. A relação entre o número de admissões e o número total de pessoas ocupadas assalariadas no mês anterior é a mais baixa dos três últimos meses, e o mesmo se constata em relação à realocação. Em comparação com outubro do ano passado, registrou-se taxa positiva de 1,6% - a mais baixa, porém, desde março de 2007.

Poder-se-ia imaginar que as empresas, mesmo reduzindo o número de empregados, procurariam amenizar o custo dos desligamentos, aumentando o número de horas pagas. Não é o que se constata, porque as horas pagas diminuíram 0,3%, em relação a setembro, e aumentaram apenas 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, apresentando o menor resultado desde junho de 2007.

Assim, com a redução do número de empregados e de horas pagas, registrou-se a redução da folha de pagamento de 0,2%, que certamente não estimulará adesões das famílias à exortação do presidente Lula para que gastem mais. Mas cumpre notar que, em relação a outubro de 2007, a folha de pagamentos ainda apresenta aumento de 5,1%. É possível que nos próximos dois meses, em razão do 13º salário, a folha de pagamentos ofereça melhoras - mas num ambiente em que os trabalhadores se conscientizam de que os reajustes salariais deverão ser menores.

O IBGE não publica dados com ajuste sazonal por setores de atividade. No entanto, pelos dados relativos à base fixa mensal, verifica-se que 12 setores em 18 apresentaram recuo.

Os setores que se apresentaram com evolução positiva foram os de alimentação e bebidas (antecipação das festas de fim de ano); de papel e gráfica, pelas mesmas razões; de minerais não metálicos e metalurgia básica, em conseqüência ainda do crescimento da construção civil.

É provável que nos dois últimos meses do ano a maioria dos setores apresente um desempenho mais fraco, porque a indústria já respondeu à demanda do comércio para as festas natalinas.

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