O goiano Mohammed dos Santos matou, decapitou e
desmembrou a inglesa Cara Burke com uma faca de cozinha
Fábio Portela
Fotos Mantovani Fernandes/O Popular/AE |
FINAL TRÁGICO Mohammed e Cara se conheceram na Inglaterra, no ano passado. Em Goiânia, tiveram um tumultuado relacionamento. No fim, o rapaz, que é viciado em drogas, retalhou a moça com uma faca de cozinha e fotografou o cadáver com o celular |
Uma viagem com fim trágico e revestido de cenas de horror. Poucas perspectivas podem ser mais apavorantes para os pais que vêem suas filhas sair de casa, mochila às costas, passaporte no bolso, rumo a algum destino distante. Esse foi o brutal desfecho da viagem da estudante inglesa Cara Burke, de 17 anos, a Goiânia. Na semana passada, a polícia local obteve a confissão de um certo Mohammed dos Santos, 20 anos, que narrou ter esfaqueado, decapitado e desmembrado o corpo de Cara, com quem manteve um relacionamento. No último dia 26, o casal teve uma discussão no apartamento de Santos. A moça disse que voltaria para a Inglaterra, depois de uma temporada de três meses no Brasil. O rapaz teve um acesso de fúria e decidiu matá-la. Simples assim. Trancou o apartamento, aumentou o volume do rádio, pegou uma faca de cozinha, aproximou-se de Cara e cravou a faca no meio de suas costas. A lâmina varou o pulmão esquerdo e chegou ao coração. Cara morreu em segundos. Para não manchar o piso, Santos levou o cadáver para o boxe do banheiro. Trocou de roupa e foi para uma festa. No dia seguinte, livrou-se do corpo. Para evitar que Cara fosse identificada, esquartejou-a. Decepou-a na altura dos cotovelos, dos joelhos e no pescoço. Embalou a cabeça e os membros em sacos e fotografou sua obra com o celular. Em seguida, escondeu o tronco em uma mala e espalhou os pedaços pela periferia de Goiânia.
No dia seguinte, um mendigo encontrou a mala com o tronco de Cara embaixo de uma ponte e avisou a polícia. O corpo apareceu em reportagens de TV. Uma amiga da inglesa viu a imagem no noticiário e achou as roupas parecidas com as de Cara. Ligou para o necrotério e descreveu uma tatuagem que ela tinha na nuca: um coração flechado com a inscrição "Mum" (mamãe, em inglês). Com a identificação, a polícia chegou a Santos. Ele conhecera a estudante em 2007, durante uma viagem que fez a Londres para visitar a mãe. O goiano convidou Cara para vir ao Brasil. Aqui, o casal passou a maior parte do tempo consumindo drogas. Santos planejava se casar com Cara com o objetivo de obter a cidadania britânica. Quando descobriu que ela voltaria para Londres sem ele, decidiu matá-la. Assim: simples, cruel, frio como nos piores pesadelos dos pais que vêem suas filhas de mochila às costas, rumo a algum destino distante.