Não bastasse a quebradeira de empresas aéreas, o governo Lula tem pela frente mais um enorme problema para resolver. Os planos de saúde estão com sérias dificuldades financeiras. Este assunto é tratado de forma sigilosa, mas há forte receio na área econômica que a situação delicada em que se encontram estas empresas provoque um efeito catastrófico no atendimento.
A Unimed de Fortaleza, por exemplo, publicou seu balanço e registrou que deve R$ 312 milhões. Para não assustar 240 mil usuários e seus mais de mil médicos cooperados, a Unimed de Fortaleza disse que não irá pagar porque ganhará todos os processos judiciais.
Não é verdade. O STJ já condenou a Unimed de Fortaleza a pagar R$ 200 milhões de ISS.
Esse débito não foi quitado porque o ex-prefeito Juraci Magalhães o colocou na gaveta. A prefeita Luizianne Lins também resolveu não cobrar. Agora, depois que o caso veio a público, o procurador-geral de Fortaleza, Deodato Ramalho, disse que não tem acordo por debaixo dos panos para perdoar a dívida. Sendo assim, a Unimed terá que pagar o que deve. A preocupação está aí: ao que parece a Unimed terá dificuldades em tapar esse rombo financeiro com a Prefeitura de Fortaleza como também honrar os R$ 112 milhões devidos ao governo federal em impostos.
Este é apenas um caso que veio à tona. Vários outros planos estariam nessa mesma situação país afora. E uma quebradeira afetaria diretamente a classe média, que utiliza o sistema privado de saúde.
Severino
Um dos assuntos mais comentados no Congresso ontem era a idéia em gestação na mesa de Severino Cavalcanti. Trata-se da hipótese de o presidente da Câmara chamar uma cadeia de rádio e televisão para atacar a paralisia da pauta.
Severino 2
Os dois motivos da crise no plenário e que seriam levados a público por Severino são pelo menos dois. Entre eles, a obstrução patrocinada pelo governo e o acúmulo de medidas provisórias. O Planalto responde que edita só três MPs a cada mês.
Emendas...
O PMDB avisou ao governo mais uma vez que sem liberação das emendas parlamentares não haverá apoio no Congresso. O principal alvo é a indicação de José Fantine para assumir vaga na ANP.
... e cargos
''O governo tem de resolver ainda a questão dos cargos, do contrário não aprova nada aqui'', bate um senador do PMDB. A torneira fechada das emendas é atacada até pelo PT.
Favor se retirar
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, pediu ontem ao governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, que deixe o partido. O motivo são os boatos sobre a iminente mudança do governador para o PTB. ''Se tem tendências palacianas, que deixe o PSDB'', bateu Virgílio.
Mais três anos
O governo enviou um projeto ao Congresso alterando a Lei Pelé num ponto que agrada e muito aos clubes de futebol formadores de atletas. Pelo texto, além dos cinco anos de contrato inicial, o atleta teria de renovar com o clube por mais três anos.
No Conar
O senador José Jorge (PFL-PE) entrou no Conar contra o governo. Ele quer retirar do ar a campanha dos empréstimos aos aposentados com desconto em benefícios. O parlamentar diz ainda que os juros de 2% a 4% são elevados demais.
Eu e eu mesmo
O deputado Alceu Collares (PDT-RS) pediu verificação de quórum ontem na CCJ, para impedir a votação do desarmamento. Como só vice-líderes têm essa prerrogativa, indagaram se ele detinha este posto. ''Eu sou o único do PDT por aqui. Sou líder de mim mesmo.''
Tá difícil
Pela quarta vez seguida, faltou quórum na sessão da Comissão Mista que analisa a parte infraconstitucional da reforma do Judiciário. Não há nem cronograma.
007
O núcleo duro do governo quer mais sigilo sobre os documentos que carrega. A Presidência comprará 60 maletas do tipo 007, a um custo estimado de R$ 22.300. As tais maletas, avisa o edital, têm de possuir duas fechaduras com segredo.
A reforma que não houve
O avião que levava anteontem de São Paulo para Brasília os ministros Aldo Rebelo e Eunício Oliveira, junto com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou uma pane. A aeronave da FAB falhou logo após a decolagem.
Foi só um susto, mas virou piada política nos intervalos da Cúpula América do Sul-Países Árabes.
- Por muito pouco, não foi feita de fato a reforma ministerial do presidente Lula - brincou um ministro.
Jogo Rápido
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