Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, março 04, 2005

Rede Globo Jornal da TV Globo -Panelaço silenciado Arnaldo jabor- 03 de Março de 2005


Vocês se lembram do barulho das panelas batendo em Buenos Aires? Até que o barulho foi diminuindo, diminuindo e parou. Por quê? Porque a Argentina se salvou? Não, parou porque os batedores de panela foram afundando, caindo para a miséria.
Aumentou em 30% por cento a faixa dos pobres do país e ficou aquele silêncio de morte e não se falou mais neles.
Aí começaram as desculpas econômicas e populistas. Bem no estilo argentino machista. “No voy a pagar los credores. Danem-se”. E transformaram a falência em bandeira. Mas, não é que decidiram "não" pagar. Não tinham alternativa. Com uma terrível crise sistêmica, na energia, na indústria quebrada, partiram para essa política de armazém, “pendura ai!”. “Só tenho aqui essa mixaria, quer?” O credor pega o que puder, claro. Mas vai dar credito de novo? Não, vai responder: “fiado só amanhã”.
Aqui no Brasil dizem alguns: viu? Que machos? Devíamos fazer o mesmo. Mas isso é política de botequim, um pais não se organiza pelo calote e, além disso, saibam, que com toda mão grande, com todo cano, ainda devem 85% do PIB. Agora vem a parte difícil: dar conta dessa falência real dentro de casa. Essa política populista e ilusionista pode dar tango, mas não da samba.

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