Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quinta-feira, março 31, 2005
Folha de S.Paulo - JANIO DE FREITAS:Governantes sem correção31/03/2005
Essa medida provisória que contrabandeou um aumento de impostos, conhecida por 232, é uma síntese exemplar do período que se vive no Brasil.
Visto o seu desenrolar de trás para o início, temos a atitude com que o governo do ex-operário recusou a aprovação parcial da MP, pela qual se corrigiriam as deduções do Imposto de Renda. O governo decidiu que só poderia admitir a aprovação parcial -ou seja, de algo que o próprio governo determinou por medida provisória- em troca de um aumento qualquer no imposto, para compensar a perda com a correção das deduções. A alegação é essencialmente falsa.
A correção das deduções é um ato que apenas repõe, se a correção for plena, o que está retirado dos contribuintes além do adequado. Com toda a clareza: é um ato para evitar a usurpação -praticada como "normalidade" anual por Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan. A correção, portanto, não impõe perda ao governo. Limita-se a dar continuidade às proporções regulares.
Se não há perda, muito menos têm cabimento as afirmações falaciosas de que, caso aprovada a correção sem algum aumento compensatório, o governo precisaria fazer "desembolso" e sofreria "hemorragia" de recursos, nas palavras do vice-líder governista Vicente Cascione, deputado integrante da bancada dita trabalhista. O próprio governo aceita e utiliza, inclusive oficialmente, a expressão "correção das deduções". E correção é o ato de corrigir algo que está errado.
Recusa de correção, seja total ou parcial, tem como resultado inevitável o aumento do Imposto de Renda, com a agravante de que, no caso dos assalariados, esse ônus lhes é aplicado sobre o salário antes mesmo de recebê-lo. Aí está retratado, portanto, um aspecto fundamental do que é, na sua natureza e não nos discursos, o governo Lula. E o que é o PT atual.
O propósito público da 232 foi estabelecer os índices da correção devida pelo governo. Nela, porém, foi introduzido um contrabando, disfarçado sob formulação arrevesada: aumento de imposto para os trabalhadores prestadores de serviço e empresas assim definidas. Para dar ao contrabando o arremate à altura, a MP foi editada com data de 31 de dezembro, sob as atenções gerais postas no Ano Bom ("com data", como está dito, porque é admissível a suspeita de que a emissão, para fins oficiais, só tenha sido em 1º de janeiro, contrariando a exigência constitucional de alteração do IR até o ano anterior à sua vigência).
O contrabando não era, pois, a única burla posta na medida assinada por Lula. Ao diminuir o excedente de certos impostos, por um lado, e aumentar outros impostos, o governo anulava a correção devida, burlava-a e aos cidadãos. Não é atitude de governo honesto e de pessoas decentemente respeitáveis. É ato que reflete um determinado tipo de índole.
O aumento de imposto provocou a bem conhecida e indignada reação dos setores sociais que têm voz. O Congresso ouviu-os, como faz quando sente que falam forte, e lá também prosperou a reação. A persistência do governo levou à iminência de sua derrota e ao clima de crise entre Congresso e governo. Logo, também a vasto noticiário e comentários incontáveis. A maior parte, valendo-se de todas as possibilidades para acusar o novo presidente da Câmara pelo sucedido. Os demais, com mínimas exceções, situando a responsabilidade, genericamente, no ato de aumento abusivo do imposto. Como se o ato não tivesse autor, como se não houvesse um responsável por ele no governo, o responsável sempre levado ao pelourinho nos atos de outras pastas.
Foi assim porque o responsável pelo aumento se chama Antonio Palocci. A classe que tem influência para levantar reação ao aumento de impostos é a mesma que está recebendo lucros de altitude e facilidade sem iguais no mundo, por obra da ação governamental de Antonio Palocci, o verdadeiro governo Lula.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2005
(4606)
-
▼
março
(349)
- Relatório aponta déficit de R$ 659,7 mi deixado po...
- Merval Pereira indice até 31 de março de 2005
- Jornal O Globo - Luis Fernando Verissimo
- Jornal O Globo -Merval Pereira
- Jornal O Globo - Miriam Leitão
- O DIA Online
- Folha de S.Paulo - Editoriais - 31/03/2005
- Folha de S.Paulo -CLÓVIS ROSSI-31/03/2005
- Folha de S.Paulo -ELIANE CANTANHÊDE- 31/03/2005
- Folha de S.Paulo -PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.:Bye, ...
- Folha de S.Paulo -LUÍS NASSIF:Uma inclusão meritória
- Folha de S.Paulo - JANIO DE FREITAS:Governantes s...
- Folha de S.Paulo - Diplomacia: Para espanhol, EUA ...
- INDICE DORA KRAMER até 30 de março de 2005
- BliG Ricardo Noblat
- O GLOBO Miriam Leitão
- Jornal O Globo - Merval Pereira :O dia da caça
- O DIA Online-Dora Kramer: Suspeitos em tempo integral
- Folha de S.Paulo - Editoriais: VITÓRIA DA SOCIEDAD...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: SHARON AVANÇA - 30/...
- Folha de S.Paulo - - Clóvis Rossi: 50 anos no Terc...
- Folha de S.Paulo -Fernando Rodrigues: Fisiologia -...
- Folha de S.Paulo - Gilberto Dimenstein: Os párias ...
- Folha de S.Paulo - Luís Nassif: O FMI que se vai -...
- Folha de S.Paulo - Paulo Rabello de Castro: A (im)...
- Primeira Leitura- De bodes exultórios e bodes e...
- no mínimo- Augusto Nunes:A gastança viaja no trem ...
- no mínimo-Holocausto 0000001 – meu bisavô por Mari...
- Jornal O Globo - Arnaldo Jabor:Sentimos falta do ...
- Jornal O Globo -Merval Pereira: De preto
- Jornal O Globo - Luiz Garcia:Donald no Brasil
- Jornal O Globo - Miriam Leitão:Na hora certa- nã...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: NEPOTISMO À SOLTA -...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: PROBLEMA NA PREVIDÊ...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: COM A MESMA RECEITA...
- Folha de S.Paulo - ELIANE CANTANHÊDE: Vitórias e d...
- Folha de S.Paulo - CLÓVIS ROSSI: Um passo em negro...
- Folha de S.Paulo - Janio de Freitas: O escolhido -...
- FOLHA DE S.PAULO Para agência, país torna-se mais ...
- Folha de S.Paulo - LUÍS NASSIF: Diplomacia paralel...
- Primeira Leitura :Brasil não renovará acordo com o...
- O GLOBO HELENA CHAGAS: Malharam o Judas
- Folha de S.Paulo - Editoriais: REMESSAS DO EXTERIO...
- Folha de S.Paulo-FERNANDO RODRIGUES:Lula atrás de FHC
- Folha de S.Paulo-Hospitais e reforma-LUIZ CARLOS B...
- no mínimo-Xico Vargas: Os destroços sobem à tona
- Folha de S.Paulo - No Planalto: De demitido, minis...
- Folha de S.Paulo - No Planalto: De demitido, minis...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: O PACOTE FEBEM - 27...
- Folha de S.Paulo - Janio de Freitas: A revelação -...
- Folha de S.Paulo - Ferreira Gullar: O preço da lib...
- JB Online - Augusto Nunes:A aliança dos cínicos e ...
- no minimo - Marcos Sá Corrêa:O galo da Páscoa
- Alberto Tamer:O suplício do cresce-para
- O GLOBO Merval Pereira :Crítica ao crédito
- O GLOBO Miriam Leitão :Função dos números
- O Dia: DORA KRAMER Pausa para moderação
- ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES ;A lamentável informalid...
- VEJA on-line-Diogo Mainardi:Não tente inventar
- VEJA on-line-Roberto Pompeu de Toledo: Defensores...
- VEJA on-line-André Petry:De Dourados a Paris
- VEJA on-line-Tales Alvarenga:A eutanásia virá
- Jornal O Globo - Miriam Leitão:Elos da cadeia
- Jornal O Globo - Merval Pereira :Com ou sem FMI
- O DIA Online-Dora Kramer: Chovendo no molhado
- Folha de S.Paulo - Fernando Rodrigues: O jeito Lul...
- Folha de S.Paulo - CLÓVIS ROSSI: O óbvio de que ...
- Folha de S.Paulo - Gesner Oliveira: Populismo na ...
- Alberto Tamer :Recuo econômico preocupa
- Folha de S.Paulo - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS...
- Jornal O Globo -Luiz Garcia: Imagem doente
- Jornal O Globo - Miriam Leitão:Parada prudente
- Jornal O Globo -Merval Pereira:Questão de imagem
- O DIA Online-Dora Kramer: A revanche dos cardeais
- Folha de S.Paulo - Editoriais: A AUTOCRÍTICA DE LU...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: SURTO INESPERADO - ...
- Folha de S.Paulo -ELIANE CANTANHÊDE: Seis por meia...
- Folha de S.Paulo - Nelson Motta: As bem-dotadas -...
- Roberto DaMatta:Quem espera sempre alcança
- Jornal O Globo - Luis Fernando Verissimo :
- Jornal O Globo - Merval Pereira:Antes só?
- O GLOBO A conta não fecha - por Miriam Leitão
- O DIA Online DORA KRAMER Feita a emenda, faltou o ...
- Folha de S.Paulo - DEMÉTRIO MAGNOLIi: A queda - 24...
- Folha de S.Paulo - ELIANE CANTANHÊDE: Eles se mere...
- Folha de S.Paulo - CLÓVIS ROSSI: A morte do grilo ...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: O CASO SCHIAVO - 24...
- Folha de S.Paulo - Ressaca da reforma: FHC dá trég...
- Folha de S.Paulo - Ressaca da Reforma:Lula quer aç...
- Folha de S.Paulo - JANIO DE FREITAS:O vazio - 24/0...
- Pesquisa eleitoral e o que se anuncia
- no mínimo | Villas-Bôass Corrêa:Lula chega sempre ...
- O GLOBO Miriam Leitão Reforma de Itararé
- O GLOBO Merval Pereira Poder político
- Folha de S.Paulo - Luís Nassif: Um brasileiro no B...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: A PROPOSTA DE ANNAN...
- Folha de S.Paulo - Editoriais: É O QUE PARECE - 23...
- Folha de S.Paulo -CLÓVIS ROSSIi: Déficit humano - ...
- Folha de S.Paulo - Fernando Rodrigues: A virtude ...
- O DIA Online- DORA KRAMER: É o fim de um caminho
-
▼
março
(349)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário