O GLOBO - 16/12
A economia brasileira chega ao final de 2013 com lamentável desempenho. A persistência de uma elevada taxa de inflação, apesar do rígido controle de preços administrados pelo governo, foi um mau sinal. E o baixo ritmo de crescimento, apesar das desonerações fiscais e da ampliação do crédito pelos bancos públicos, foi outro péssimo sinal. O ano que se encerra marcou nossa transição de "nova fronteira de crescimento da economia mundial", no início da grande crise contemporânea, para a atual posição de desfavorecimento entre as opções dos investidores globais.
As expectativas quanto ao desempenho futuro de nossa economia são ainda mais preocupantes.
Não se espera a queda da inflação em um ano eleitoral como 2014. Sem maior controle sobre a expansão dos gastos públicos, resta ao Banco Central correr atrás de expectativas inflacionárias desfavoráveis, derrubando o crescimento com a alta dos juros. As nuvens do baixo crescimento e da inflação elevada em 2014 começam a projetar sombras adversas também para 2015.
Haveria novo salto inflacionário pelo desrepresamento dos preços administrados e outra rodada de elevação dos juros logo no início do novo mandato presidencial. Tudo isso ainda sem falar na redução dos estímulos monetários pelo banco central americano.
A desaceleração das economias emergentes e as perspectivas de recuperação americana e de estabilização europeia explicam o baixo desempenho das bolsas emergentes diante dos mercados acionários das economias avançadas.
Mas as razões de ficarmos para trás mesmo entre as bolsas emergentes estão na deterioração gradual da qualidade de nossas políticas macroeconômicas, de nossos fundamentos fiscais e nossos desacertos nos marcos regulatórios dos setores de energia e petróleo.
O que fazer? Dormir e acordar apenas em 2016? Nada disso. Habituado a navegar contra ciclotímicas expectativas, reafirmo duas hipóteses básicas. Sim, não havia mesmo nenhum "perigo" de a situação melhorar, pois somos prisioneiros da armadilha social-democrata do baixo crescimento. Mas somos, por outro lado, uma sociedade aberta em construção. Extrapolações simplistas de mais dois anos de crise são impróprias. Ou a equipe econômica muda sua política, ou Dilma muda sua equipe econômica, ou o Brasil vai mudar de presidente.
A economia brasileira chega ao final de 2013 com lamentável desempenho. A persistência de uma elevada taxa de inflação, apesar do rígido controle de preços administrados pelo governo, foi um mau sinal. E o baixo ritmo de crescimento, apesar das desonerações fiscais e da ampliação do crédito pelos bancos públicos, foi outro péssimo sinal. O ano que se encerra marcou nossa transição de "nova fronteira de crescimento da economia mundial", no início da grande crise contemporânea, para a atual posição de desfavorecimento entre as opções dos investidores globais.
As expectativas quanto ao desempenho futuro de nossa economia são ainda mais preocupantes.
Não se espera a queda da inflação em um ano eleitoral como 2014. Sem maior controle sobre a expansão dos gastos públicos, resta ao Banco Central correr atrás de expectativas inflacionárias desfavoráveis, derrubando o crescimento com a alta dos juros. As nuvens do baixo crescimento e da inflação elevada em 2014 começam a projetar sombras adversas também para 2015.
Haveria novo salto inflacionário pelo desrepresamento dos preços administrados e outra rodada de elevação dos juros logo no início do novo mandato presidencial. Tudo isso ainda sem falar na redução dos estímulos monetários pelo banco central americano.
A desaceleração das economias emergentes e as perspectivas de recuperação americana e de estabilização europeia explicam o baixo desempenho das bolsas emergentes diante dos mercados acionários das economias avançadas.
Mas as razões de ficarmos para trás mesmo entre as bolsas emergentes estão na deterioração gradual da qualidade de nossas políticas macroeconômicas, de nossos fundamentos fiscais e nossos desacertos nos marcos regulatórios dos setores de energia e petróleo.
O que fazer? Dormir e acordar apenas em 2016? Nada disso. Habituado a navegar contra ciclotímicas expectativas, reafirmo duas hipóteses básicas. Sim, não havia mesmo nenhum "perigo" de a situação melhorar, pois somos prisioneiros da armadilha social-democrata do baixo crescimento. Mas somos, por outro lado, uma sociedade aberta em construção. Extrapolações simplistas de mais dois anos de crise são impróprias. Ou a equipe econômica muda sua política, ou Dilma muda sua equipe econômica, ou o Brasil vai mudar de presidente.