Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Na Hora da Buzina -MariaHelena Rubinato



Blog Noblat

"Abelardo Barbosa, está com tudo e não está prosa..." é música que ecoa quando ouço falar nesse que, até agora, foi o maior animador de auditório que já vi. Era um comunicador fantástico. Tocava sua platéia como um Paganini seu violino.

Seus bordões ficaram, entraram para a linguagem popular; criou várias expressões, algumas dicionarizadas. Seu programa era visto por pessoas de todas as gerações e classes sociais. Escrever sobre a Televisão Brasileira e não pesquisar a Hora do Chacrinha, é passar por cima de um de seus aspectos mais significativos.

Por isso a surpresa ao ver que há outro grande animador de auditório entre nós. Pernambucano ele também, o que veio confirmar que aquela velha história "Pernambuco Falando Para o Mundo", não era brincadeira. Era a sério. Pernambuco quando fala, é para o mundo.

Também veio para confundir e não para explicar. Não usa cartola, mas tira coisas incríveis da cartola imaginária. Usa bonés, chapéus, capacetes, cocares. Não veste casaca bordada, nem anda com um relógio pendurado no peito, mas usa o vermelho mais berrante que se possa tingir e só não joga bacalhau na platéia porque o bacalhau está pela hora da morte.

Em quase todos os shows, tem seus artistas de elenco, assim como Chacrinha. Mas os artistas de elenco de hoje são muito mais animados. Qualquer coisa que o animador diga ou apronte, gargalhadas homéricas! E olha que o homem não anima na base da alegria, dos bordões, do "Teresinha!", não. É sempre na base do pito, da zanga; gritando, suando em bicas, irritado.

Como fenômeno, ele é muito mais intricado que o Chacrinha. Os estudiosos do futuro terão mais trabalho com ele. Não há nenhuma dúvida sobre sua enorme capacidade de animar o auditório. E que auditório. São mais de 160 milhões de pessoas, segundo cálculos modestos de seus seguidores.

O animador de hoje não conta com chacretes, nem com orquestras. Conta apenas com seu gogó de ouro. De cima de um palanque, geralmente sob o sol torturante aqui deste país que fica quase todo abaixo do Equador, não há dúvida que ele anima seu auditório de tal modo, que atinge índices que o Velho Guerreiro nunca atingiu: 93% de apaixonados, ao que dizem.

Na semana passada, ouvi dizer que até o fim do ano nós, sem distinção de raça, credo, ou cor, receberíamos dele o Cestão Sifu de Noel. Chegou ontem, dia 11, véspera do dia de Santa Luzia, a padroeira dos olhos. Foi ver para crer.

O animador foi tão modesto que não entregou o presente pessoalmente. Foram seus homens de preto que o fizeram. O Cestão, mágico, só vai surtir efeito se nós colaborarmos. Tudo depende de nós. Ou bem obedecemos, ou bem a parte menos encantadora do Cestão se realiza.

É a Hora da Buzina e ela alerta: Comprar, Comprar, Comprar!


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