Entrevista:O Estado inteligente

sábado, agosto 23, 2008

VEJA Recomenda


Cinema

U23D 
(Estados Unidos, 2007. Estréia no país nesta sexta-feira)

Keith Richards, dos Rolling Stones, dizia que o segredo do sucesso de uma banda de rock é ter um bom guitarrista e um cantor que saiba saracotear no palco. O U2 é fiel seguidor dessa máxima. O guitarrista The Edge está entre os melhores do rock, e poucos cantores possuem o carisma de Bono Vox. Em U23D, essas qualidades do grupo irlandês ficam evidentes. Dirigido por Catherine Owens, o filme traz registros de apresentações do quarteto na América do Sul e chega bem perto da emoção de assistir a uma apresentação ao vivo. Seu grande trunfo está na projeção em 3D, que ora põe o espectador no meio da platéia, ora o transporta para o palco – onde se podem apreciar os solos de The Edge e a força de interpretação de Bono. Outra vantagem é que, como o filme tem apenas 84 minutos, os discursos modorrentos de Bono em nome da paz foram sabiamente podados.

REFLEXOS DA INOCÊNCIA 
(Flashbacks of a Fool, Inglaterra, 2008. Desde sexta-feira em cartaz)

Um astro dissoluto de Hollywood (Daniel Craig, o 007 em pessoa) é confrontado com uma realidade para a qual não está preparado: por causa das drogas, das mulheres e da instabilidade, sua carreira está em sério risco. Ao receber a notícia da morte de um amigo, então, ele volta à Inglaterra natal – e o filme migra para a sua adolescência numa cidadezinha à beira-mar, onde, num certo dia de verão, acontecimentos aparentemente inocentes conspiram para um desfecho trágico, e para fazer do protagonista a criatura em que ele se tornou. Graças a esse desvio, um filme que de início se anuncia regular se transforma numa apreciação melancólica do peso que o passado exerce (e que não necessariamente impede a redenção). A trilha sonora, em que David Bowie e a banda Roxy Music têm papel crucial, é um atrativo à parte.

 

Disco

SONNY, PLEASE, Sonny Rollins (Universal)

O saxofonista de 78 anos é uma das últimas lendas vivas do jazz. Rollins participou de discos importantes do trompetista Miles Davis e do pianista Thelonious Monk e lançou pelo menos dois clássicos irretocáveis – Saxophone Colossus e Tenor Madness,ambos de 1956. É também um dos ícones do hard bop, vertente do jazz que adicionou ao gênero elementos do blues e do gospel. Sonny, Please, seu primeiro CD em cinco anos, está à altura de suas grandes obras. O título homenageia sua mulher, Lucille, morta em 2004 ("Sonny, please", era a maneira como ela o chamava). A banda que acompanha Rollins é de alto calibre – os destaques são o baterista e produtor Steve Jordan e o trombonista Clifton Anderson, sobrinho de Rollins –, bem como a qualidade do repertório, que inclui a valsaSomeday I’ll Find You, do compositor inglês Noel Coward, e inúmeras citações da canção folclórica Oh Susanna entre um solo e outro.

 

Livros

O LADRÃO DE ARTE, de Noah Charney 
(tradução de Cláudio Figueiredo; Intrínseca;
320 páginas; 39,90 reais)

O americano Noah Charney é uma autoridade em roubo de obras de arte. Fundador da Arca, um centro de estudos sobre crimes contra o patrimônio artístico, ele aproveitou sua experiência para compor este thriller com que estréia na ficção. A trama começa com o desaparecimento de um retábulo de Caravaggio de uma igreja em Roma. Em Paris, é roubado um dos quadros mais provocadores do modernismo: Branco sobre Branco, do pintor russo Malevitch. Em Roma, o investigador Gabriel Coffin, especialista em roubos de arte, é chamado para recuperar o Caravaggio, enquanto em Paris o sumiço do Malevitch é investigado por uma dupla de inspetores franceses e uma especialista em arte russa. Bem tramado, o enredo ainda envolve outro roubo, em Londres, e permite ao leitor um vislumbre do mercado negro de arte.

CRÔNICA DA ESTAÇÃO DAS CHUVAS, de Nagai Kafu (tradução de Dirce Miyamura; Estação Liberdade; 
160 páginas; 29 reais)

Entre 1903 e 1908, o japonês Nagai Kafu (1879-1959) viveu nos Estados Unidos e na França. Admirava muito a literatura ocidental, em especial o simbolismo francês. Seu universo ficcional, porém, está centrado em Tóquio – mais especificamente no bairro boêmio de Ginza. Era fascinado pelo mundo das gueixas e prostitutas. Crônica da Estação das Chuvas, publicado nos anos 30, é o retrato da vida noturna de uma Tóquio que Kafu sentia estar se perdendo. Mais do que nostalgia, porém, o livro transpira mistério. A história tem início quando a prostituta Kimie se vê assolada por "experiências perturbadoras" – um pente de tartaruga é roubado de sua cabeça, um filhote de gato morto aparece no seu guarda-roupa – e por isso decide consultar uma vidente. Leia trecho.

HISTÓRIAS FALSAS
(Casa da Palavra; 80 páginas; 24 reais). Leia trecho.
 
O SENHOR WALSER 
(Casa da Palavra; 53 páginas; 21 reais),
de Gonçalo M. Tavares. Leia trecho.
 

Nascido na Angola colonial, em 1970, e radicado em Lisboa desde a infância, Gonçalo M. Tavares é um dos autores mais prolíficos e criativos da nova literatura portuguesa. Estes dois livros são uma boa mostra do animado diálogo que ele mantém com a tradição literária. O Senhor Walser, homenagem ao escritor suíço Robert Walser (1878-1956), faz parte da série que Tavares batizou de "O Bairro", na qual construiu uma espécie de cidade das letras, habitada por mestres modernos como Karl Kraus e Italo Calvino. Os contos de Histórias Falsas exploram a filosofia. São histórias enigmáticas que tomam como personagens grandes pensadores, como o filósofo grego Platão e o imperador romano Marco Aurélio.

 
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