O GLOBO
"Não há em toda a Dinamarca um só canalha que não seja... um patife consumado". Hamlet
Essa "nova" UNE (União Nacional dos Estudantes), raquítica de ideais, não pode ser descartada de um projeto maior, megalômano, não só de perpetuação no poder do senhor Luiz Inácio, mas de um ultrapassado antiamericanismo, compactuado por países como Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela - com o psicopata Chávez implantando, ante a simpatia de Lula, um regime ditatorial, anulando, inclusive pela violência, a liberdade de órgãos de comunicação que não se submetem a seu despotismo.
Cabe à "nova" UNE minimizar a natural tendência dos jovens estudantes à contestação, própria de sua faixa etária; às centrais sindicais, aparelhar não apenas os sindicatos, como também a máquina governamental.
Os intelectuais e artistas - com as devidas ressalvas - permanecem silenciosos, ávidos por um patrocínio, ou quiçá por uma bolsa de "aperfeiçoamento" no exterior. Como se não bastasse, o Brasil pratica a pior política externa de todos os tempos: uma verdadeira teia de "solidariedade" estende-se ao Irã do lunático Ahmadinejad, à Coreia do Norte do moralmente minúsculo Kim Jong-Il, sem esquecer, é claro, a indisfarçável leniência para com os narcotraficantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Lula, "orientado" pelos teóricos do PT, segue de ouvido as formulações do defasado pensador italiano Antonio Gramsci (o príncipe moderno...), servindo-se da democracia para posteriormente destruí-la.
A bolsa-anestesia exclui a população mais necessitada de qualquer possibilidade de acesso à cidadania, transformando-a, para utilizar um jargão "esquerdista", em verdadeira massa de manobras.
A desmoralização do Legislativo, do Judiciário, o desmonte das Forças Armadas, os bandoleiros do MST são dados que formatam uma estratégia que poderá nos levar a uma "democracia" plebiscitária, e a uma oposição figurativa.
E a "nova" UNE cumpre, talvez, a mais insidiosa dessas tarefas: a de manter apática e colonizada culturalmente o que poderia ser a parcela da população com potencial para rever uma prática política cruel e apodrecida.
Carlos Vereza é ator.