O Estado de S. Paulo - 07/11/2008 |
Depois da euforia que percorreu a espinha dorsal do mundo com a eleição do novo presidente dos Estados Unidos, os mercados voltaram ontem a enfrentar a prostração da economia real. Por toda parte, espocam notícias sobre as crescentes dificuldades enfrentadas não mais por instituições financeiras, mas pela atividade produtiva. Redução substancial dos lucros, quebra de encomendas, redução de investimentos, demissão de pessoal... E por aí vai. A Toyota Motor Corporation, por exemplo, até agora campeã de eficiência no setor de veículos, acaba de anunciar que seu lucro despencou nada menos que 70% no terceiro trimestre deste ano. E as montadoras dos Estados Unidos, que hoje divulgarão os resultados de seus balanços trimestrais, deverão expor mazelas provavelmente maiores do que as que já estão sobre as mesas dos analistas econômicos. Ontem, ultrapassando as expectativas, o Banco da Inglaterra (banco central inglês) fez um movimento agressivo e derrubou os juros em nada menos que 1,5 ponto porcentual, para 3,0% ao ano. E passou o recado de que a megatesourada foi necessária para enfrentar a crescente deterioração da atividade produtiva. O resultado imediato não foi de alívio nos mercados e de alta das bolsas; foi de aumento da preocupação. Ficou a sensação de que as autoridades estão sabendo de coisas mais graves do que as que já são de conhecimento geral. O Banco Central Europeu (BCE), que comanda a área do euro, também baixou os juros para estimular a economia. Ficou no corte de 0,5 ponto porcentual, no que foi acompanhado pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, banco central do país). O conteúdo das declarações do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que justificou o corte, foi arrasador. Ele não escondeu que o comitê considerou a hipótese de cortar ainda mais os juros. E admitiu que a situação piorou muito: "As incertezas sobre a atividade econômica são extraordinárias e os riscos negativos sobre o crescimento econômico se materializaram." São palavras fortes na boca de qualquer presidente de banco central, ainda mais na de Trichet, em geral tão comedido em seus comentários. E, aqui no Brasil, ontem foi dia de mais uma Ata do Copom. O Banco Central justificou sua decisão da semana passada de fazer uma pausa na trajetória dos juros com o fato de que o nível de incerteza aumentou. Enquanto isso, o presidente Lula continua surfando sobre ambigüidades. No pronunciamento feito na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fez declarações contraditórias. Primeiro, mandou cortar despesas: "Em época de crise, não tem greve, contratações, aumento real de salário. É época de apertar o cinto. Todo trabalhador sabe que perde com a crise." Mas, em seguida, mandou gastar: "Se, por medo, as pessoas deixarem de comprar suas casas, deixarem de trocar televisão, deixarem de comprar o primeiro sutiã, aí será um problema." Na verdade, afora o ajuste dos juros, as autoridades de todo o mundo tendem agora a evitar decisões radicais. Estão à espera dos primeiros movimentos de Barack Obama, o novo rei do tabuleiro. |
Entrevista:O Estado inteligente
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