Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, novembro 25, 2008

A ousadia de um chefe de quadrilha


(Giulio Sanmartini) O MST tem como característica básica agir fora da lei quando quer alguma coisa, valendo-se da tolerância das autoridades, em especial do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. João Pedro Stedile (foto), que se auto define como coordenador desse movimento, está muito mais para chefe de quadrilha e tem a ousadia de falar grosso sobre a condução do país.

No que diz respeito à reunião que Lula está convidando os movimentos sociais em que será discutida a crise financeira mundial, declara: “Aproveito para mandar um recado: espero que a reunião não seja brincadeirinha para ele dar discurso para dirigentes de movimentos sociais, nós queremos uma reunião que seja um diálogo e que os movimentos possam dizer ao governo quais são as medidas que nós esperamos para sair dessa crise".

Depois de uma conversa com policiais militares paranaenses sobre o relacionamento da corporação com os movimentos sociais, Stedile afirmou que entende a posição do presidente quando tenta amenizar o discurso em relação à crise para não criar um pânico. "Mas ele tem que tomar medidas práticas para proteger o povo brasileiro da crise", disse. "Infelizmente até agora não vimos nenhuma medida concreta dirigida para os pequenos agricultores. Ao contrário, os pequenos estão começando a pagar a crise. E muito menos (vimos medidas) para o povo em geral."

Ao MST não interessam negociações, pois encontrar vida nas invasões, depredações e violência..

Para ele, o governo federal está cometendo um "erro sério ao correr atrás do prejuízo e ficar setorizando a ajuda". Segundo Stedile, por enquanto o Estado foi revigorado não para ajudar o povo, "mas em benefício de salvar o patrimônio daqueles capitalistas que estavam especulando". "O que o Brasil precisa é tomar medidas de mudança de política econômica, precisa aproveitar a crise para sair do neoliberalismo e remontar um outro projeto de desenvolvimento nacional para o País",

(*) Texto de apoio: Evandro Fadel

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