Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 08, 2008

Radar Lauro Jardim

Projetos demais, orçamento de menos

Elza Fiúza/ABR
Saco sem fundo
Pimentel: alerta ignorado pelos senadores


Na terça-feira passada, o ministro da Previdência, José Pimentel, foi ao Senado fazer um alerta: se os 105 projetos de lei sobre aposentadoria que tramitam no Congresso forem aprovados, 25% do PIB estará sendo comprometido com benefícios previdenciários. Um risco orçamentário e financeiro tamanho-família. Beleza. No dia seguinte, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado votou um desses projetos, o de número 58/53, que recompõe o poder aquisitivo das aposentadorias e das pensões pagas pela Previdência Social. Votou e aprovou, é claro. Ou seja, de um lado já é difícil o governo falar em cortar gastos – ou se preocupar com isso. De outro, os parlamentares só pensam em aumentar os gastos. Parece que a crise financeira mundial é só com os outros.

Congresso

Novela política
Lula conversou a sós com José Sarney na noite de quinta-feira. Queria solucionar o imbróglio da sucessão à presidência do Senado. Não resolveu nada. Marcou uma nova conversa para a semana que vem, com a presença da cúpula do PMDB. Várias outras reuniões virão. A briga pela presidência do Senado e da Câmara é um daqueles assuntos da política que se arrastarão como uma novela até o dia 31 de janeiro, data da eleição. E só quem acompanhará todos os capítulos são os políticos.

Economia

Apertar os cintos 1
A Votorantim Metais demitiu 300 funcionários na semana passada.

Apertar os cintos 2
A JHSF, líder no ramo de construções de alto luxo no Brasil, botou o pé no freio em seus negócios no setor de baixa renda, no qual entrou seis
meses atrás. Dos 300 milhões de reais em lançamentos imobiliários previstos para este ano, lançará 100 milhões de reais. Para 2009, prevê-se um corte de 30%.

Jogo de profissional
A possibilidade de fazer dinheiro na bolsa nas últimas semanas tem estado excepcional. Dúvida? A Bovespa saiu de 29 000 pontos no dia 28 para 40 000 na terça-feira passada – uma alta de 38% em uma semana. Evidentemente, entrar para ganhar nesse jogo nunca foi tão arriscado. É coisa para um superprofissional sem problemas cardíacos.

Edu Garcia/AE
Nome de gasolina
Senna: uma marca poderosa catorze anos depois de sua morte


A gasolina Senna vem aí

Em sigilo, a Petrobras negocia com a família de Ayrton Senna os direitos para lançar uma gasolina especial. Vai se chamar Senna. A idéia é que o novo produto substitua a Supra, hoje posicionada entre a gasolina comum e a Podium, a mais cara da família de combustíveis da estatal. Num movimento paralelo, Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, fará um teste no dia 17 para ser o piloto da Honda, que em 2009 passará a ser patrocinada justamente pela Petrobras.

Nos ares
A Virgin Airlines está negociando a compra de um pedaço da minúscula WebJet. Na semana passada, aconteceram várias reuniões entre os britânicos e a WebJet, controlada pela CVC e dona de 3% do mercado brasileiro de aviação. Pela legislação brasileira, o controle de uma empresa aérea tem de ser nacional. A Virgin topa, claro, mas quer compartilhar a gestão. A CVC oficialmente nega a transação. Diz que o interesse dos ingleses é apenas fazer vôos turísticos para o Brasil.
Se o negócio for fechado, o céu brasileiro será outro em 2009: na quinta-feira passada, a Azul recebeu a autorização oficial da Anac para decolar.

Mais competição
Apesar do lobby em contrário feito por Sérgio Cabral, a Anac decidiu aumentar em pelo menos 50% o número de pousos e decolagens diários no Aeroporto Santos Dumont, que hoje opera vôos apenas para São Paulo. Até o Carnaval, de lá sairão aviões para várias cidades. Se a crise econômica não atrapalhar, ótimo: mais empresas, mais competição e mais vôos.

Divulgação
Tempo de pé no chão
As filas de espera para comprar os jatinhos executivos acabaram

Nuvens nos céus dos jatinhos
A crise, como não podia deixar de ser, chegou ao mercado dos jatinhos executivos, um dos mais reluzentes nos tempos de fartura financeira – e veio com força. Tem gente querendo devolver o jatinho que mal chegou. O Citation XLS recém-comprado pela Localiza, por exemplo, está à venda depois de apenas cinqüenta horas de vôo. Vale 12 milhões de dólares. O preço dos jatinhos já caiu: o ágio, que era de 20%, desapareceu. O financiamento secou. Lá fora está sobrando avião.

Partidos

Faltará hotel
O presidente do PMDB, Michel Temer, está procurando um local em Brasília para reunir em janeiro os 1 201 prefeitos eleitos pelo partido.

Petróleo

Vai ter de esperar
De um especialista do setor, ao saber que o preço do petróleo caiu novamente na semana passada, batendo 65 dólares: "O pré-sal vai ter de esperar: ele passou de reserva econômica para reserva estratégica do Brasil".

Livros

Negócio fechado
O fundo de investimentos Governança & Gestão, comandado por Antônio Kandir, acaba de comprar 20% da Ediouro.

Televisão

Capitais da resistência
A Record identificou Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba como os seus calcanhares-de-aquiles regionais. São essas regiões metropolitanas que estariam impedindo a emissora de vencer a briga de audiência com o SBT (elas estão empatadas) e, enfim, partir para bater de frente com
a Globo – objetivo que ficou para mais tarde. As três capitais são as únicas em que a Record perde do SBT no horário nobre, por exemplo. A Record já mudou a direção da emissora em Porto Alegre. E agora vai tratar de melhorar o sinal de transmissão nas três regiões, que estaria fraco e seria uma das causas do ibope magro.

Mario Rodrigues
Sonho adiado
Rogério Fasano: o sócio americano preferiu adiar o início das obras

Luxo

Agora, não dá
A crise adiou por uns tempos o sonho do hotel nova-iorquino de Rogério Fasano. A decisão foi do sócio americano, o Madison Equities. As obras do Fasano Nova York, que começariam em janeiro, foram adiadas para o segundo semestre. O sinal para o terreno do hotel foi pago em agosto. Em setembro, o mundo mudou.

Com Paulo Celso Pereira

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