O Estado de S. Paulo |
13/8/2008 |
A Bolsa está contrariando as apostas de um grande número de especialistas. Um a um, os dez analistas do mercado consultados por esta coluna previam desempenho excelente, com valorização entre 12,7% e 28,4% para todo o ano. E, no entanto, a prática vai-se encarregando de desmontar essas projeções. Apenas nos 12 primeiros dias de agosto, acumula baixa de 8,4%. Do início de janeiro até ontem, as perdas são de 14,7%. E, no período de 12 meses terminado ontem, a valorização é de apenas 3,5%. Entre as bolsas dos emergentes, o desempenho do mercado brasileiro no ano só não é pior do que o da China, Cingapura, Índia e Tailândia. Mas, mal ou bem, o sistema produtivo nacional cresce perto de 5%, não sofre uma fração da crise que sacode os países ricos e acaba de receber o grau de investimento, um dos mais importantes atestados de boa saúde. O mau desempenho não tem explicação racional, até onde se pode dizer racional o comportamento do mercado de ações. Os Estados Unidos, que passam por desaquecimento do setor produtivo; que são o epicentro da crise das hipotecas de alto risco (subprime); onde os preços dos imóveis caem e a inadimplência do mutuário cresce; onde os bancos acusam perdas contábeis que alcançam US$ 400 bilhões e o crédito bancário está paralisado por uma trombose sistêmica; onde está a economia para a qual tantos analistas previam a pior crise desde os anos 30 - enfim, nos Estados Unidos, o desempenho do mercado de ações é substancialmente melhor do que aqui. Confira: O Índice Dow Jones, um dos medidores do comportamento do segmento, apresenta valorização de 2,3% em agosto; perda de apenas 12,2% no período de 12 meses terminado ontem e queda de apenas 17,8% entre o pico do mercado (em 9 de outubro de 2007) e ontem. Dizer que as cotações vieram abaixo porque o investidor estrangeiro tirou dinheiro do mercado brasileiro não acrescenta nada. É como dizer que molhou porque choveu. Há os que dizem que este é o reflexo do que ocorre no mercado de commodities: o Brasil é um grande produtor delas, a maioria das grandes produtoras tem ações em bolsa e os preços das commodities afundam no mercado internacional - eis a explicação, sugerem alguns na falta de argumento melhor. No entanto, se isso explicasse, as ações de bancos, empresas de telefonia, empresas ligadas ao comércio varejista e tantas outras que nada têm a ver com o mercado de commodities não estariam amargando a derrubada. Mas estão. O que não tem proporção numa mão de direção pode não ter na outra. Assim como o mercado caiu por cair, pode voltar a subir por subir. Para novatos nesse jogo, duas observações: (1) Não se despeja em aplicações de renda variável um dinheiro que se vai precisar a curto prazo. (2) Nenhum grande acionista está perdendo o sono com a queda dos preços. Perguntem a Lázaro Brandão (Bradesco), Antônio Ermírio de Moraes (Grupo Votorantim) ou Benjamin Steinbruch (CSN). Se a queda da Bolsa não tirou o sono do grande acionista, não há razão para que tire do pequeno.
É nosso! Ontem, diante da sede da União Nacional dos Estudantes no Rio, o presidente Lula pareceu afirmar que os interesses da Petrobrás não se identificam com os do povo: “O petróleo não é do governo do Rio; não é da Petrobrás; é do povo brasileiro.” Lula já afirmou que regra de jogo é para ser cumprida. Mas ontem não fez distinção: o petróleo encontrado na camada pré-sal está sujeito a mudanças de regras. Justiça seja feita, o primeiro a defender novo marco regulatório que pode contrariar os interesses da Petrobrás não foi Lula. Foi o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quarta-feira, agosto 13, 2008
Celso Ming - A Bolsa perde gás
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
agosto
(540)
- DRAUZIO VARELLA Fumantes passivos
- FERREIRA GULLAR
- DANUZA LEÃO
- Petropopulismo
- Demétrio Magnoli,Fragmentos de socialismo
- A força da gente Miriam Leitão
- O urso não deve ser provocado LUIZ FELIPE LAMPREIA
- O troco republicano Merval Pereira
- A solas con Néstor Kirchner Por Joaquín Morales Solá
- El cambio que quieren los Kirchner Por Mariano Gr...
- João Ubaldo Ribeiro
- Daniel Piza
- DORA KRAMER Polícia de boa vizinhança
- Boas notícias e desafios para o Brasil Alberto Ta...
- ''A riqueza do pré-sal depende do tamanho dos inve...
- A maldição do petróleo Maílson da Nóbrega
- A química ruim de Yunus Suely Caldas*
- McCainomics Celso Ming
- Os estragos do câmbio
- Privatização em São Paulo
- Linha direta entre Lula e FHC evitou pedido de imp...
- Augusto Nunes-SETE DIAS
- INVASÃO DE PRIVACIDADE
- China: medalhas e exportações
- Custo do pré-sal pode passar de US$ 1 tri
- RUY CASTRO Do noticiário
- Miriam Leitão Sonho americano
- Merval Pereira - Uma disputa estratégica
- Celso Ming,Melhor do que o previsto
- Dora Kramer Virtudes democráticas
- São Paulo acessível Mauro Chaves
- Meta fiscal versus meta de inflação
- O risco Argentina
- Preconceito no caminho de Obama
- VEJA Carta ao leitor
- VEJA Entrevista: James Roberts
- Diogo Mainardi O Eddie Murphy político
- Lya Luft O que valem as medalhas?
- Radar
- Gustavo Ioschpe
- J.R. Guzzo
- MILLÔR
- Especial Dilema eterno da humanidade: perdão ou ...
- A desforra via internet
- Memória Olavo Setubal
- Os efeitos da insônia na saúde dos adolescentes
- Traje motorizado permite a paraplégicos andar
- Tecnologia O Brasil ficou para trás em inovação
- EUA Barack Obama é aclamado candidato à Presidência
- Aborto A interrupção da gravidez de anencéfalos ...
- Petróleo O início da exploração das reservas do ...
- Espionagem A prova de que Gilmar Mendes foi gram...
- Tomara que ela acerte
- As dicas dos campeões do vestibular
- O brasileiro adere em massa às motocicletas
- O rei do chocolate
- Os esquecidos da bossa nova
- Hellboy II, de Guillermo del Toro
- Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas
- Livros Dois autores israelenses contemporâneos
- O momento de Beatriz Milhazes
- VEJA Recomenda
- A reforma política de Lula editorial O Estado de ...
- Índio não quer mais só apito - João Mellão Neto
- Celso Ming - Cadê a recessão?
- Dora Kramer - Trocando em miúdos
- Míriam Leitão - A conta do estouro
- Merval Pereira - Sem novidades na AL (O Globo)
- Clipping 29/08/2008
- OS bons selvagens exploram garimpo ilegal? Estou c...
- JOÊNIA MORENA, JOÊNIA, VOCÊ SE PINTOU...
- clipping de 28/08/20008
- Resultados fiscais e reforma contábil editorial O...
- Perigosa recaída O GLOBO EDITORIAL
- Outro mundo EDITORIAL O Globo
- A soberania em juízo editorial O Estado de S. Paulo
- A despolitização da tortura
- Valdo Cruz - Tentações
- Míriam Leitão - Ajuste de contas
- Merval Pereira - Razão x emoção
- Dora Kramer - Uso do cachimbo
- Clóvis Rossi - Eleição x coroação
- Celso Ming - Despencou
- Alberto Tamer - Depois da festa, a economia
- RAPOSA SERRA DO SOL: ENTRE A REALIDADE E A MISTIFI...
- Twenty-Two Years in Castro's Gulag
- Míriam Leitão - Hora do ataque
- Merval Pereira - A raça como pano de fundo
- Dora Kramer - Desde a tenra infância
- Celso Ming - Até onde vai este rali
- Mais a sério- Ruy Castro
- Garibaldi foi à forra- Villas-Bôas Corrêa
- Porque Obama parece vulnerável
- Pré-sal trouxe até agora muito calor e pouca luz
- O Congresso na 'extrema-unção' editorial O Estado...
- Mais confusão no pré-sal editorial O Estado de S....
- Clipping do dia 27/08/2008
- Clipping do dia 26/08/2008
- Ruim é o gasto, não a conta
- MIRIAM LEITÃO - O mal já feito
-
▼
agosto
(540)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA