FOLHA DE SP - 06/07/11Endividamento em alta leva observadores estrangeiros a críticas exageradas sobre risco de crédito no Brasil
O BRASILEIRO está superendividado? A pergunta se tornou assunto na mídia econômica do mundo. A opinião mais "pop" e frequente diz que sim.
Os mais alarmistas, em geral mais ignorantes do Brasil, acreditam que a parte da renda dedicada ao pagamento dos empréstimos teria chegado a um nível semelhante ao de países que viveram estouro de bolhas de crédito.
Antes de mais nada, note-se que os dados disponíveis para comparações internacionais sobre o peso da dívida na renda das famílias são precários. Mesmo que as metodologias sejam ajustadas, ainda assim é preciso comparar contextos (evolução de renda, prazos e juros das dívidas, se as taxas de juros são flutuantes ou fixas etc.).
Em seguida, observem-se dados menos incertos. O total da dívida em relação ao PIB é de 54% no Brasil. No vizinho Chile, 98%; na China, 112%; nos EUA, 203%; no Reino Unido, 214% (inclui dinheiro captado no mercado de capitais doméstico, dados do Banco Mundial, tirados de estudo do banco HSBC).
O endividamento das famílias ("pessoa física") é de 42% da renda líquida no Brasil, segundo dados da OCDE, apresentados ontem no Congresso pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Nos EUA, é de 104%; no Japão, 126%; no Reino Unido, 171%. A medida mais precisa para avaliar o endividamento das famílias seria o peso da dívida: a parcela da renda mensal dedicada ao pagamento de juros e principal.
A depender do método, a média brasileira estaria entre 20% e 30%. Fora dos bancos, inexiste informação sobre a distribuição da dívida: quanta gente está mais endividada do que a média.
Um estudo do HSBC, junho passado, resume assim a situação: 1) O Brasil vive um boom, não uma bolha de crédito -o total do crédito em relação ao tamanho da economia (estoque de crédito-PIB) cresceu rápido, mas era e ainda é baixa;
2) O perfil da dívida das famílias tem melhorado desde 2004. As taxas de juros são cadentes, o crédito migra para modalidades mais seguras e baratas (imóveis, consignado, veículos, em vez de cartão de crédito e cheque especial);
3) Medidas macroprudenciais limitaram a aceleração do endividamento (mais exigências de capital bancário, limitação de prazos, mais exigência de pagamento da dívida do cartão etc.);
4) A renda das famílias está crescendo;
5) A dívida está mais pesada para as famílias, "mas longe de ser uma situação alarmante nos níveis atuais. "Desde que os salários cresçam no ritmo da inflação, não se espera nenhuma deterioração além do movimento cíclico" (decorrente de altas e baixas de juros, em suma do crescimento do PIB).
Note-se, de resto, que para o bem ou para o mal faltam ou são raros no Brasil os instrumentos financeiros que permitem alavancagem excessiva de dívida; inexistem securitizações malucas e em massa de dívida bancária.
A regulação bancária do país é forte (a capitalização dos bancos está acima da média global). Enfim, há muita provisão nos bancos para créditos duvidosos -a banca é conservadora no crédito ao consumidor (ou parece ser, segundo os dados disponíveis no Banco Central).
Entrevista:O Estado inteligente
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