25 de julho de 2011 1. A imprensa vem insistindo numa diferença vertebral entre Dilma e Lula. Ela seria rigorosa com a corrupção e Lula seria plástico. Não é bem assim. Ambos estão nas raízes dos fatos que envolveram o ministério dos transportes: ele como presidente e amigo do suplente de senador que assumiu o cargo do ministro, e ela como "mãe" do PAC e controller dos investimentos relativos. Mas se colocarmos na balança as demissões no ministério dos transportes, essas atingem um quinto escalão da política, sem qualquer expressão nacional. Palocci só saiu a fórceps, e pelos desdobramentos que a cada dia surgiam na imprensa e no boca a boca no Congresso. Com Lula, demitir Zé Dirceu -uma espécie de primeiro ministro na época- e Palocci -pleno-potenciário e fiador da política econômica- pelo caso do caseiro, foram ações muito mais complexas, de repercussão nacional e muito mais rápidas. Eram o binômio do poder. 2. Mas o nó da questão não está aí. Se o 'spin' de Dilma quer difundir essa imagem, em breve amargará uma rejeição de opinião pública. Uns dizem que Lula troca as bem patrocinadas palestras por turismo político pelo Brasil afora, de forma a afirmar sua tradicional imagem populista-'ciceriana'. E aí está o nó da questão. Se a estratégia de imagem do 'spin' de Dilma der certo, teremos personagens antípodas na percepção da população. E a reação a essa dicotomia será optar por uma delas e rejeitar a outra. 3. Certamente a opção será por Lula que, inclusive, não tem o ônus de governar, especialmente numa conjuntura adversa. O processo político -ao contrário do que muitos pensam- não são as ofertas dos políticos, mas as demandas do eleitor. Demandas, em primeiro lugar, por imagem. Se as imagens são antípodas, a opção por uma será a rejeição da outra: Fla x Flu. Quanto mais Dilma quiser parecer e adotar um perfil udenista e Lula mantiver seu perfil 'ciceriano', mais acentuadas as diferenças. 4. E quando os problemas se aprofundarem, virão os suspiros populares: Com Lula isso não teria acontecido. Ela é muito diferente de Lula. Aliás, pesquisas qualitativas pontuais têm ouvido isso no caso do ministério dos transportes: Se fosse com Lula isso não teria ocorrido. Ou seja, a "herança perversa" só serve para o disfrute dos analistas. O eleitor vive o presente por atalhos de informação, e pela confiança -pessoal- que a imagem do político inspira. |
Entrevista:O Estado inteligente
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domingo, julho 31, 2011
DILMA: OS ENORMES RISCOS DA ESTRATÉGIA DE IMAGEM! ex Blog Cesar Maia
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