Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 08, 2008

Viagem Destinos mais baratos, apesar do dólar

Viajar, apesar da crise

Com o dólar em alta, 30% dos brasileiros que planejavam
ir ao exterior nestas férias desistiram da viagem.


Monica Weinberg
mweinberg@abril.com.br

O que pouca gente sabe é que, na crise, alguns destinos estrangeiros ficaram mais baratos para os brasileiros. Parece contraditório, mas o fato se explica justamente porque há hoje menos pessoas com a intenção de viajar. Para fazê-las mudar de idéia (e evitar ficar às moscas), alguns hotéis, restaurantes, lojas e companhias aéreas estão baixando significativamente os preços. A lógica vale, por exemplo, para Nova York, onde o número de turistas minguou 10% – mas não para Londres ou Paris, cidades que encareceram algo como 20%. Com base em levantamentos recentes e na própria observação, um grupo de especialistas consultado por VEJA avaliou os efeitos da crise para os turistas brasileiros em cinco das cidades mais visitadas por eles no exterior. Eis as conclusões.

BUENOS AIRES

Comentário: como a procura dos brasileiros por pacotes para a Argentina caiu à metade, operadoras de turismo, companhias aéreas e hotéis se viram forçados a reduzir suas margens de lucro – e diminuíram os preços. Os pacotes estão, em média, 20% mais baratos (em reais). O que subiu foi o gasto com compras e refeições, algo como 25%, uma vez que, com a crise, o real se desvalorizou em relação ao peso argentino. Mas comer em Buenos Aires ainda custa pouco para os brasileiros
Conclusão: a viagem ficou mais barata

ORLANDO

Comentário: a crise não espantou o turismo, cujos números são semelhantes aos do ano passado. Daí a ausência de promoções nos pacotes para a Disney ou para a cidade de Orlando
Conclusão: a viagem encareceu 25% (o mesmo que o dólar em relação ao real nos últimos dois meses)

NOVA YORK

Comentário: com uma queda de 10% no número de turistas, os hotéis em Nova York estão oferecendo descontos de até 30% – o que neutraliza o efeito do câmbio alto e, muitas vezes, chega a tornar o preço mais baixo do que antes. Um levantamento entre os restaurantes mostra que o valor da conta também caiu: em média, 10%. As companhias aéreas congelaram, por hora, os preços em reais. E as lojas, por sua vez, anteciparam as liquidações para atrair clientes
Conclusão: a viagem ficou mais barata

LONDRES

Comentário: a libra, que já custava caro para os brasileiros (algo como 3 reais), nesta semana estava a 3,39 reais, 13% mais alta. Os preços dos hotéis e dos restaurantes subiram nessa medida.
As companhias aéreas seguraram um pouco o aumento – mas ainda assim o valor dos vôos se elevou em 5%
Conclusão: a viagem ficou mais cara

PARIS

Comentário: os preços de hospedagem e comida permaneceram os mesmos em euros – o que significa um aumento de 15% para os brasileiros. Como a oferta de vôos para Paris é grande, as companhias decidiram manter os valores de antes da crise. As melhores ofertas estão naqueles vôos que fazem escala em outro país europeu
Conclusão: a viagem ficou mais cara

A CONTA SAIU 25%
MAIS ALTA

A publicitária Lucíola Costa, 30 anos, decidiu ir para a Flórida com os preços elevados:

"Fiz uma cotação e descobri que ainda custa menos do que ir para um resort no Nordeste"

Fotos Richard Klune/Corbis/Latinstock, Gabriel Bouys/AFP, Jon Hicks/Corbis/Latinstock, Kathy Willens/AP, Pedro Rubens e Lailson Santos

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