Um país a caminho do naufrágio O governo das Maldivas quer comprar terrenos
As Maldivas, paraíso tropical de ilhas e atóis de coral localizado no Oceano Índico, a 600 quilômetros da costa da Índia, estão com seus dias contados: segundo as previsões da ONU, o nível do mar deverá subir 59 centímetros até 2100. País mais baixo do planeta (o ponto mais alto está apenas 2,3 metros acima do nível do mar), as Maldivas podem ser a primeira nação a ser varrida do mapa devido ao aquecimento global. Em 80% de seu território, o relevo está abaixo de 1 metro. A situação é tão grave que, ao assumir na terça-feira da semana passada, o presidente Mohamed Nasheed prometeu "uma apólice de seguro antevendo o pior cenário possível". Trata-se de um fundo para financiar a compra de terras no estrangeiro. Caso o oceano continue a avançar sobre o país, seus habitantes poderão fazer as malas e se mudar para Índia, Sri Lanka ou Austrália – o destino final ainda não foi decidido. A elevação do nível dos oceanos é um fenômeno cíclico na história da Terra. Há 35.000 anos, as águas estavam em um patamar similar ao atual. Devido ao fim da Idade do Gelo, o nível caiu vertiginosamente nos milênios seguintes, até atingir 130 metros por volta de 15 000 anos atrás, quando passou a subir novamente e se estabilizou. A elevação das águas voltou a acelerar-se apenas no século XIX. "Trata-se de um fenômeno provocado pelo aquecimento global e que deve continuar nos próximos séculos", disse a VEJA o oceanógrafo australiano John A. Church, coordenador do comitê científico do Programa Mundial de Pesquisa Climática. É um problema que afeta o mundo todo, já que 65% das cidades com mais de 5 milhões de habitantes estão em áreas costais de baixa altitude. A situação é ainda mais dramática para um grupo de pequenas ilhas, das quais as Maldivas fazem parte, que pouco podem fazer para combater o problema e que correm o risco de simplesmente desaparecer. "Esses países insulares foram formados num período histórico de estabilidade do nível do mar que simplesmente acabou, tornando-os vulneráveis", diz Church. Os efeitos do avanço da água na região já são notáveis. O pequeno arquipélago de Kiribati, na Oceania, tem apenas 110 000 habitantes espalhados em 33 ilhas. Duas delas já submergiram. O quebra-mar em torno do atol principal, Tarawa, está em pedaços e as palmeiras do litoral perderam suas folhagens por causa da salinidade da água que invade a praia. Na vizinha Tuvalu, um país formado por nove pequenos atóis de coral, o ponto mais alto está apenas 5 metros acima do nível do mar. A principal fonte de divisas é o aluguel do seu domínio na internet (.tv) para 650 000 empresas do mundo todo. Com esse dinheiro o país conseguiu pagar as taxas de admissão na ONU e manter um embaixador na sede da organização, em Nova York. Sua principal ocupação é pedir ajuda aos países ricos para enfrentar o avanço da maré. Em Malé, a capital das Ilhas Maldivas, 100 000 pessoas estão comprimidas em apenas 2 quilômetros quadrados – o tamanho da área protegida por um quebra-mar de 3 metros. O país, formado por 1.200 ilhas, das quais apenas 200 são habitadas, foi um protetorado britânico até 1965. Com a independência, virou um sultanato islâmico e depois uma república, onde os ditadores se revezaram no poder. Mohamed Nasheed é o primeiro presidente escolhido em eleições com mais de um candidato. As Ilhas Maldivas são o país mais rico do sul asiático, o que não significa muita coisa, já que seu PIB per capita é equivalente ao do Equador. O dinheiro para o financiamento de terra seca para transferir a população virá da principal fonte de renda do arquipélago, o turismo. O país de 370 000 habitantes recebe 460 000 turistas por ano. São recém-casados, amantes da natureza e hordas de surfista que procuram seus resorts de luxo e suas praias de areia branca e mar transparente para relaxar – e que, em breve, também vão precisar buscar outro destino para passar as férias.
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sábado, novembro 15, 2008
Aumento do nível do mar ameaça a existência das Maldivas
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