Num comunicado de quatro linhas, o Banco Central (BC) anunciou que, em razão da restrição de liquidez nos mercados financeiros, voltaria a fazer leilões de venda de câmbio em caráter provisório, conjugados com compra para entrega futura. Afirmou que o objetivo não é influir na taxa de câmbio e reafirmou que não existe meta cambial. O presidente do BC, Henrique Meirelles, foi mais explícito, anunciando um primeiro leilão para ontem (dia 19) de US$ 500 milhões e dizendo que as vendas "serão tão freqüentes quanto necessário", inspirado certamente pelos sopros de intervenção nos Estados Unidos e nos países ricos.
Essa intervenção tornou-se necessária diante da alta do dólar, que anteontem subiu 3,32%, chegando a R$ 1,96. O BC apresenta a medida como um financiamento à exportação. É verdade que os Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) não estavam se realizando, dada a falta de liquidez no mercado internacional, mas a intervenção do BC terá efeitos colaterais importantes.
Na ausência dos ACCs, com os quais os exportadores antecipam suas receitas de dois ou três anos, há dificuldades para obter receitas de exportação e a taxa cambial é afetada, especialmente na falta de financiamentos para as importações. Outros fatores contribuem também para a alta do dólar, como o aumento da demanda para remessas de lucros e dividendos ou para a extinção de posições nos "hedge funds".
O Banco Central oferece aos bancos, a um custo relativamente baixo, como mostraram os leilões de ontem, recursos para financiar o comércio exterior. Todavia, a grande preocupação do BC foi eliminar as grandes flutuações da taxa cambial que tornam difícil fixar preços nas exportações ou avaliar custos nas importações.
Sem dúvida, alguns exportadores que estavam encarando com grande satisfação a valorização do dólar vão se sentir frustrados num primeiro momento com a intervenção do BC, que até poucos dias só favorecia a valorização do real.
No fundo, o que o BC espera dessa flutuação "suja" são dois importantes resultados: que ela freie os efeitos inflacionários da desvalorização do real e que evite a impressão de que foi provocada pela situação das contas externas.
A medida teve efeitos positivos sobre a taxa de câmbio, uma vez que o preço de recompra, aliado à decisão sobre os limites de flutuação no mercado futuro, cria um clima de tranqüilidade.
Essa intervenção tornou-se necessária diante da alta do dólar, que anteontem subiu 3,32%, chegando a R$ 1,96. O BC apresenta a medida como um financiamento à exportação. É verdade que os Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) não estavam se realizando, dada a falta de liquidez no mercado internacional, mas a intervenção do BC terá efeitos colaterais importantes.
Na ausência dos ACCs, com os quais os exportadores antecipam suas receitas de dois ou três anos, há dificuldades para obter receitas de exportação e a taxa cambial é afetada, especialmente na falta de financiamentos para as importações. Outros fatores contribuem também para a alta do dólar, como o aumento da demanda para remessas de lucros e dividendos ou para a extinção de posições nos "hedge funds".
O Banco Central oferece aos bancos, a um custo relativamente baixo, como mostraram os leilões de ontem, recursos para financiar o comércio exterior. Todavia, a grande preocupação do BC foi eliminar as grandes flutuações da taxa cambial que tornam difícil fixar preços nas exportações ou avaliar custos nas importações.
Sem dúvida, alguns exportadores que estavam encarando com grande satisfação a valorização do dólar vão se sentir frustrados num primeiro momento com a intervenção do BC, que até poucos dias só favorecia a valorização do real.
No fundo, o que o BC espera dessa flutuação "suja" são dois importantes resultados: que ela freie os efeitos inflacionários da desvalorização do real e que evite a impressão de que foi provocada pela situação das contas externas.
A medida teve efeitos positivos sobre a taxa de câmbio, uma vez que o preço de recompra, aliado à decisão sobre os limites de flutuação no mercado futuro, cria um clima de tranqüilidade.